A educação das crianças poderá revelar-se como um desafio do nosso dia a dia, à medida que vão crescendo.
São pessoas pequenas com vontades fortes, no entanto, com muito para aprender sobre o mundo que as rodeia. E é aqui, neste momento, que os pais se deparam com dúvidas sobre a melhor forma de as educar.
Da mesma forma que querem que os seus filhos se tornem indivíduos fortes, que consigam tirar prazer da vida, também querem que os mesmos atinjam os seus objetivos, lutem por eles e vivam de forma harmoniosa. Então, eis que se coloca a questão. Haverá uma forma de educar mais eficaz que outra? Estilo parental é o conjunto de atitudes que os pais têm para com a criança, sendo estas independentes do contexto de socialização e possam ser evidenciados num largo e diversificado conjunto de interacções entre os pais e filhos.
Assim, e segundo a literatura, podemos tipificar os estilos parentais como:
Autoritário
Estilo parental que atribui maior enfoque ao controlo e à obediência. Definido como impositivo e/ou hostil, assume-se como indiferente às vontades e interesses da criança. Procuram com que a criança adopte determinado padrão de conduta, sendo punidas violentamente pelo seu não cumprimento.
Os pais caracterizam-se como menos afectuosos e mais desligados, sendo os filhos, por norma, mais desconfiados, inibidos e insatisfeitos. Este estilo parental manifesta-se, por exemplo, quando o pai não permite que um filho questione qualquer decisão da parte dele ou quando os pais defendem a ideia de que os mesmos devem usar a força caso as crianças não se comportem como esperado.
Democrático
Estilo que respeita a individualidade da criança e, simultaneamente, investe na aquisição de valores sociais. Procura o envolvimento activo da criança na tomada de decisão da família. Os pais caracterizam-se como exigentes mas afectuosos, consistentes na afirmação de valores e aptos a aplicar uma punição ponderada (mesmo que seja o bater ocasional e de forma ponderada).
De igual forma, explicam o raciocínio inerente aos seus valores e promovem a troca de opiniões. As crianças tendem a revelar-se mais assertivas, confiantes e controladas. Este estilo manifesta-se quando, por exemplo, os filhos discordam de determinadas regras e os pais estão receptivos ao diálogo e negociação das mesmas.
Permissivo
Abrange a falta de controlo e fomenta uma atitude imatura da criança. Enfatiza a auto-regulação e a auto-expressão.
Atualmente, dentro do estilo parental permissivo poderemos encontrar o estilo negligente e o indulgente, sendo que estes se distinguem pelo grau de envolvimento dos pais. Estes fazem poucas exigências, raramente recorrem à punição, contudo, são calorosos.
Os seus filhos têm tendência a caracterizarem-se pela imaturidade comum da idade.
Porque é que o estilo democrático se assume como mais promissor e catalisador de competências nas crianças?
A pesquisa aponta para o facto de, neste estilo, os pais procurarem estabelecer expectativas razoáveis e padrões realistas. As crianças têm liberdade para decidir se vale a pena enfrentar as consequências negativas perante o desagrado dos pais ou outros resultados desagradáveis. De igual forma, é um estilo que promove as atitudes independentes e empreendedoras das raparigas e receptividade e sentido de colaboração dos rapazes.
É preciso ter, no entanto, em conta que o processo de educação não é linear nem igual para todos. Temos que, junto dos nossos filhos, encontrar o melhor caminho e com eles negociar a educação necessária e ajustada à realidade que vivemos. O que é importante lembrar é que as nossas crianças precisam que os pais, independentemente, das regras e das imposições colocadas, as amem acima de tudo!
Texto: Ana Sofia Moreira (psicóloga clínica no Grupo Saúde Dermokorpus)
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