"O papa Francisco deseja-lhes felicidades, invocando para a sua família a abundância das graças divinas, a fim de viverem constante e fielmente a condição de cristãos", diz a carta endereçada a Toni Reis pelo monsenhor Paolo Borgia, assessor da Secretaria de Estado do Vaticano.
Segundo o brasileiro Toni Reis, que publicou uma foto da carta na sua conta de Facebook, ele e o marido, David, enviaram em abril uma carta ao pontífice a dar conta do batismo dos três filhos, Alyson, Jéssica e Filipe, numa igreja católica de Curitiba.
"Não esperávamos uma resposta. Receber uma carta do Vaticano com selo e fotografia autografada pelo papa é uma glória!", disse Toni Reis em entrevista por telefone à agência de notícias France Presse.
A carta tem a data de 10 de julho, mas a família só a pôde ler na sexta-feira, quando regressou de uma viagem pela Europa. "Significa um grande avanço numa instituição que queimava os gays durante a inquisição. Estou muito feliz", acrescentou o pai de família.
Toni Reis, de 53 anos, e o inglês David Harrad, de 59, estão juntos há 27 anos. Oficializaram a sua união em 2011, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a "união estável" para casais do mesmo sexo, o que na prática equiparou os seus direitos aos dos casais heterossexuais, outorgando-lhes acesso ao casamento, adoção, herança e pensão por morte do cônjuge.
Em 2012, o casal adotou Allyson, um rapaz de 16 anos e, em 2014, os irmãos Jéssica (14) e Filipe (11).
Em 2016, o papa Francisco disse que, segundo o catecismo, os homossexuais "não devem ser discriminados, mas respeitados e acompanhados no plano pastoral", repetindo uma fórmula utilizada durante o primeiro ano do pontificado, quando afirmou: "Se alguém é gay e busca o Senhor com sinceridade, quem sou eu para julgá-lo?"
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