Patrícia Resende, com 19 anos, considerada a aluna de Portugal a ingressar no Ensino Superior no ano letivo 2015/2016 com a nota mais alta, transitou para o 2.º ano da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto com uma "média de 15 valores", disse a própria à agência Lusa.

“O ano letivo correu muito bem, cumprir tudo o que estava à espera. Sabia que ia baixar o nível 20, era algo que já estava à espera, porque a Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto é das melhores da Europa e o nível de exigência é maior do que no Secundário”, admitiu a aluna, natural da Maia, distrito do Porto.

A estudante e craque de Andebol confessa, no entanto, que o que lhe deu mais gozo foi conseguir provar a todos que é possível conciliar “boas notas” e “bons resultados” no desporto de alto rendimento.

“Consegui provar a mim própria e aos meus colegas que posso continuar a ter boas notas e continuar a treinar todos os dias e a fazer jogos ao fim de semana e a ser campeã”, contou à Lusa a caloira, que sempre foi dizendo que “isso” de ter tirado 20 valores a tudo não fazia dela mais do que uma "rapariga normal" que adora divertir-se e jogar andebol de alto rendimento.

Também no andebol obteve resultados extraordinários

A estudante universitária considerou que o também andebol “correu muito bem” e com resultados “extraordinários”. “Foi um ano bastante bom, porque fomos finalistas na Taça de Portugal de seniores femininos, ficámos em 3.º lugar no campeonato nacional e, no escalão júnior, fomos campeãs”, recordou, acrescentando que também conseguiu posicionar-se, a sua equipa, em 6.º lugar nos europeus universitários.

Em entrevista à agência Lusa no âmbito do balanço do ano de caloira em Arquitetura, Patrícia Resende diz-se satisfeita por ter arrecadado uma média de 15 valores num ano de “adaptação ao Ensino Superior e com níveis de exigência muito mais elevados do que sentia no Secundário” e acredita que as boas notas são fruto da prática de desporto, porque como tem pouco tempo para estudar, organiza-se melhor e rentabiliza ao máximo os tempos mortos.

Há um ano, em entrevista a Lusa, Patrícia Resende contava que optou pelo curso de arquitetura em detrimento de outros com maior taxa de empregabilidade - como o curso de Medicina, por exemplo -, porque era uma "ideia que tinha desde pequenina". Hoje está cada vez mais convicta de ter feito a opção certa. “É uma área que continua a fascinar-me e não estou arrependida”, revela, admitindo que continua a gostar da área de "reabilitação urbana" para trabalhar.

Um recente estudo científico sobre os hábitos desportivos dos estudantes do 1.º ano da Universidade do Porto revelaram que o sexo feminino tem demonstrado um enorme sentido de compromisso nos treinos e provas desportivas, sem desleixar a faculdade.

O estudo científico, cuja amostra foi de 311 alunos de ambos os sexos com idades entre os 17 e os 42 anos, concluiu ainda que tanto no género feminino, como no masculino, predomina uma "baixa frequência de prática" desportiva.

Para contrariar a inatividade desportiva, que se cifra na ordem dos 40% no meio universitário, a investigação recomenda que é necessário conhecer os hábitos dos estudantes à entrada na faculdade e conhecer as suas motivações, embora nesta primeira investigação a saúde tenha sido a principal motivação para estudantes universitários praticarem desporto, seguindo-se o fator “prazer” e a “satisfação pessoal”.