As mulheres com asma podem ter mais dificuldade em engravidar, sugere um estudo publicado na revista European Respiratory Journal.

 

Para o estudo, investigadores da Universidade de Bispebjerg, na Dinamarca, analisaram dados de questionários realizados a 15 mil gémeas que tinham, no máximo, 41 anos de idade. Os questionários incluíram questões relativas à presença de asma e fertilidade.

 

A equipa dividiu as participantes em mulheres com e sem asma, tendo criado ainda subgrupos que incluíram aquelas que tinham sido submetidas ou não a tratamento da asma. Todas as participantes foram questionadas sobre se já estavam a tentar engravidar há mais de um ano sem sucesso e quantas crianças tinham dado à luz.

 

O estudo apurou que 955 participantes revelaram ter história de asma. Foi verificado que havia uma proporção significativamente maior de mulheres com asma que tinham demorado bastante tempo em engravidar, comparativamente com as mulheres do grupo de controlo.

 

Os investigadores também constataram que as mulheres cuja asma não tinha sido tratada apresentavam um maior risco de atraso na conceção em comparação com as participantes submetidas ao tratamento. Foi ainda observado que as mulheres com mais de 30 anos e asma tinham ainda uma tendência mais marcada para esperar um tempo mais longo até conseguirem engravidar.

 

Contudo, foi apurado que as mulheres com asma conseguiam dar à luz, em média, o mesmo número de bebés que aquelas sem asma.

 

«Os nossos resultados clarificam um pouco mais as interações complexas entre a fertilidade e asma. Apesar de se ter observado que as mulheres com asma esperavam mais tempo até conseguirem ficar grávidas, os dados sugerem que as mulheres que tomam a medicação e controlam a asma, podem encurtar este atraso», revelou, em comunicado de imprensa, a líder do estudo, Elisabeth Juul Gade.

 

«Uma vez que o efeito da asma na fertilidade é reduzido pelo tratamento, podemos assumir que a inflamação sistémica característica da asma pode estar envolvida no atraso da fertilidade», conclui a investigadora.

 

 

Maria João Pratt