Os alunos vão concentrar-se em frente à escola a partir das 08:00 e iniciam às 10:00 uma marcha em direção à AR.

Segundo o presidente da Associação de Estudantes da atual Escola Secundária Camões, Simão Bento, os alunos vão realizar a marcha lenta para, mais uma vez, alertar para a falta de condições do edifício, após terem sabido, no final do período passado, que o concurso público internacional para a realização das obras ficou vazio por falta de concorrentes. "Agora o processo voltou à estaca zero", lamentou.

O Liceu Camões, sublinhou o aluno, é "uma escola centenária, que nunca recebeu obras de fundo, e está basicamente original".

"As condições são deploráveis. São vários os problemas que há muito nós evidenciamos. Temos feito várias ações, a escola também tem tentado ao máximo acelerar este processo, mas tem havido muita inércia. Têm existido várias promessas que não têm dado em nada", sublinhou.

Num comunicado, a AE realçou que, além "da real efetivação das obras na Escola Secundária de Camões, de modo a garantir as condições necessárias para todos os que a frequentam e queiram frequentar no futuro", a marcha pretende também o "aumento do financiamento para a Educação, de modo a suprimir outros problemas, como a falta de funcionários e outros problemas variados", e o aumento do financiamento da Ação Social Escolar.

Um concurso internacional para as obras de requalificação do edifício centenário do Liceu Camões, na praça José Fontana, que espera há anos por uma intervenção, foi lançado em meados do ano passado, envolvendo um investimento de 12,46 milhões de euros, mais do que o inicialmente previsto, segundo o Ministério da Educação.

Em fevereiro de 2018, os alunos do Liceu Camões concentraram-se em frente à escola a exigir uma resposta da tutela às más condições do edifício.

Nos cartazes que afixaram na altura à entrada da escola, para chamar a atenção para as falhas estruturais com que convivem todos os dias, os alunos recordaram que desde 2011 aguardam pelas obras e queixaram-se de problemas em diversos espaços, entre eles o ginásio, as oficinas de artes e alguns laboratórios de Biologia, recordando que o mau estado dos canos tem provocado diversas inundações.

Na altura os alunos recordaram ainda a queda de um teto numa sala de aula, depois de uma tempestade.

O Liceu Camões é uma das escolas mais antigas da capital e chegou a ser transformado em hospital para acolher os doentes com a “gripe espanhola”, em 1918.