Convidado com pompa e circunstância a participar no desenho da cerimónia inaugural dos Jogos Olímpicos de Pequim, o realizador de cinema norte-americano Steven Spielberg decidiu demitir-se do seu cargo de assessor artístico.
Num comunicado difundido ontem à noite, Spielberg afirma que a sua consciência não lhe permite continuar em funções, devido ao envolvimento da China nos crimes do Darfur, a martirizada região africana no oeste do Sudão.
Segundo Spielberg, "o governo do Sudão é o primeiro responsável pelos crimes que continuam a cometer-se, mas a comunidade imternacional, e particularmente a China, deveriam fazer mais".
Em Abril passado, Spielberg escreveu uma carta ao presidente chinês Hu Jintao, solicitando que Pequim deixasse de apoiar o governo sudanês, de forma a pôr termo aos massacres de povos não-árabes do país. Não obteve resposta. A China fornece armas ao governo do Sudão e o Sudão fornece petróleo à China. No meio disto tudo, 200 mil pessoas foram assassinadas nos últimos cinco anos e dois milhões tiveram que abandonar as suas terras.
"Chegados a este ponto", explica Spielberg no seu comunicado, "o meu tempo e energia devem ser utilizados não nas cerimónias olímpicas, mas em tudo o que possa fazer para se acabar com os indescritíveis crimes contra a Humanidade que se cometem no Darfur".
Ao assumir esta posição, Spielberg junta a sua voz à voz de outras estrelas de Hollywood, como Mia Farrow e George Clooney, na denúncia do genocídio do Darfur.
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