Depois de um estranho assalto à sua casa da Lapa, em Lisboa, Miguel Sousa Tavares decidiu tomar precauções e mandou instalar um alarme de segurança e pôr grades nas janelas.
A generalidade da imprensa portuguesa de hoje dá grande relevo ao roubo de que o jornalista e escritor foi vítima, sublinhando-se o facto de os larápios apenas terem levado o computador e uma pasta com documentos pessoais de Sousa Tavares, ignorando livros de cheques e outros valores.
Miguel confrontou-se com a dura realidade do assalto cerca de 1 da madrugada de segunda-feira. Regressado de um fim-de-semana no Porto, o escritor entrou em casa e deparou-se com luzes acesas, gavetas abertas e alguma desarrumação.
Feito o inventário, Sousa Tavares apanhou um grande choque: o seu computador, onde tinha os originais de duas obras que estava a escrever (um conto de viagens e uma peça de teatro), levara sumiço. Outros objectos de valor, espalhados pela casa, não interessaram ao ladrão.
Em declaração aos jornais, o escritor sublinha que lhe levaram "o cérebro e o coração" e apela ao ladrão que fique com o computador, mas que lhe devolva o disco rígido. Além dos originais das obras que estava a escrever, Miguel tinha ali parte da sua vida: fotografias, endereços e documentos vários, incluindo negociações de edições, pesquisas e consultas.
Ontem, a polícia esteve em casa de Miguel Sousa Tavares a analisar o local. "Vieram fotografar, tiraram impressões digitais, mas ainda não os vi a falar com os vizinhos. Com os 42 por cento de IRS que pagamos, espero ver resultados...", disse o escritor ao "24 horas" de hoje.
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