Abobrinha, aboborinha-de-verão e curgete são as designações mais comuns da Cucurbita pepo, a designação científca que lhe atribuíram. Originária da América Central, é da família das Cucurbitáceas. Esta é uma planta arbustiva ou rasteira, que pode atingir entre um a oito metros de comprimento, com folhas grandes em forma de coração, ásperas e de cor verde. As flores são unisexuais, de cor amarela. O fruto é oblongo ou oval e pode ter uma variedade de cores.
As mais comuns vão do verde ao verde-claro, passando pelo branco e pelo amarelo. As raízes comuns ficam-se pelos primeiros 30 centímetros do solo mas a raiz principal, essa, pode atingir um metro de profundidade. A curgete, muito apreciada nos dias que correm, foi o principal alimento dos maias, há 10.000 anos, tendo esta sido a primeira curcubitácea a ser introduzida na Europa. Esta planta arbustiva tem um ciclo biológico anual, entre 50 a 90 dias.
As variedades mais cultivadas em todo o mundo são a Ambassador, a Diplomat, a Diamant, a Partenon F1, a Defender F1, a Patriot F1, a Black Forest, a Negro de Milão, a Tempra F1 (verde escuro), a Cocozelle (com riscas verdes escuras), a Greenbay, a Black Beauty, a Ipanema, a Green Bush (verde), a Genovese , a Albarello di Sarzana (verde claro), a Caserta (verde-acizentado), a Goldzini, a Gold Bush (amarela) e a Redondo de Niza (verde e redonda).
As partes comestíveis desta planta arbustiva incluem a flor, a semente e o seu fruto, a curgete, que tem em média entre 200 a 250 gramas. Em termos de condições ambientais, a Cucurbita pepo adapta-se a muitos tipos de solo, mas, por norma, prefere os de textura franca ou arenosa, profundos e bem drenados, com matéria orgânica. O pH óptimo deve oscilar entre os 5.6 e os 6.8. A zona climática onde se dá melhor é a subtropical e a temperada-quente.
Em termos de temperaturas, a ótima oscila entre os 25º C e os 30º C. A mínima recomedada ronda os 8º C e a máxima os 40º C. A paragem do desenvolvimento ocorre aos 0º C. Em termos de exposição solar, a Cucurbita pepo pede muita luz. A humidade relativa ótima situa-se entre entre os 65% e os 80%. Em termos de precipitação, prefere regiões que registem, anualmente, em média, valores na ordem dos 2.000 a 2.500 metros cúbicos por hectar.
Para a fertilização da Cucurbita pepo, deve usar, na adubação, estrume de vaca, de ovelha, de peru ou de porco e vermicomposto. Em termos de adubo verde, favarola e azevem são recomendados. As exigências nutritivas desta planta arbustiva são de 2:1:2 + MgO (azoto: fósforo: potássio). No que toca às técnicas de cultivo, a preparação do solo exige que lavre o solo a uma profundidade mínima de 40 centímetros, antes de avançar para a fase da plantação.
A sementeira deve, idealmente, ocorrer entre maio e julho. Pode ser feita por semente, em pequenos vasos, para depois transplantar. A faculdade germinativa oscila entre os quatro a cinco anos. A profundidade recomendada situa-se entre os três a quatro centímetros, com um compasso aconselhado de 0,9 x 1,5 metros ou de 1 x 1 metro. A transplantação deve ocorrer ao fim de 20 a 25 dias ou quando as plantas tiverem entre seis a sete centímetros.
Em termos de consociações, sugere-se o feijão, o milho, a couve e a alface, com rotações de dois a três anos. No que respeita a amanhos, a Cucurbita pepo pede mondas de ervas, sachas e cortes de folhas. A aplicação de uma tela de plástico preto ou de mulching (revestimento) de palha ou folhas de consolda também é benéfica. A rega deve ser localizada, através de um sistema de gota a gota, duas vezes por semana, dependendo no entanto do clima em que se encontre.
Em termos de entomologia e patologia vegetal, a Cucurbita pepo tem como pragas e inimigos pulgões, ácaros, moscas-brancas, tripes, nóctuas e nemátodos. Em termos de doenças, é suscetível ao vírus do mosaico da aboborinha, ao oídio, ao míldio, à podridão cinzenta e à murchidão das plântulas. No que toca a acidentes, a planta arbustiva na origem da curgete é muito sensível às geadas, às mudanças microclimáticas e às carências de óxido de magnésio.
O fruto desta variedade botânica deve ser colhido entre 30 a 60 dias depois da plantação em local definitivo, quando tiver entre 16 a 18 centímetros de comprimento. Este tipo de abóboras, como muitos as encaram, colhe-se quando o fruto está imaturo, sendo assim mais tenro. Em termos de produção, cada uma das plantas do talhão que plantou pode gerar entre 30va 50 frutos, o que corresponde a entre três a cinco quilos ou entre 45 a 60 toneladas por hectar.
As condições de armazenamento recomendadas são de entre 14 a 30 dias a temperaturas entre os 4º C e os 5º C e uma taxa de 80% a 95% de humidade relativa. Os frutos desta planta podem comer-se em sopas e em refogados. Também há quem as recheie, como as beringelas. As flores comem-se, em muitos países, fritas. As sementes, quando secas, também são um excelente aperitivo. Tem ainda um efeito medicinal na prevenção de doenças da próstata e da bexiga.
Texto: Pedro Rau (engenheiro hortofrutícola)
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