O “Memo e Kelembra nas Escolas” nasceu da necessidade de consciencializar a população para a problemática das demências, tendo como destinatários os alunos do ensino básico, os “futuros cuidadores” destes doentes.

Em declarações à agência Lusa, a vice-presidente da Alzheimer Portugal, Leonor Guimarães, explicou que o projeto visa sensibilizar as crianças para a importância de apoiar os seus avós com demência e promover a intergeracionalidade.

O projeto explica de forma simples às crianças o que são as demências, recorrendo a uma representação teatral baseada no livro “O pequeno elefante Memo”, que aborda questões como “Quais os primeiros sinais?”, “O que são as demências?”, “O que se passa com o meu avô?”, “Enquanto neto como posso ajudar?”, “Dar mimos ajuda?”.

Até agora, já foram abrangidos 3.429 alunos de 19 escolas do país.

Para Leonor Guimarães, esta é uma forma de contribuir para “a sensibilização da sociedade, através dos mais novos, para um gravíssimo problema” que afeta 182 mil pessoas em Portugal.

O júri do prémio, presidido por Maria de Belém Roseira, considerou que este projeto é o que melhor corresponde ao conceito “socialmente responsável na comunidade em que nos inserimos”, máxima defendida por Maria José Nogueira Pinto.

Esta distinção foi recebida com “enormíssima emoção” por Leonor Guimarães, conforme contou à Lusa.

“Um prémio desta envergadura é sempre muito bem-vindo numa associação sem fins lucrativos, que vive com imensas dificuldades para chegar a todos o projetos que quer implementar no terreno”, sublinhou.

Mas, para Leonor Guimarães, esta distinção tem, “acima de tudo”, um valor sentimental: “homenageia uma grande mulher que tive a honra e a felicidade de conhecer e que foi para mim sempre um exemplo de como se deve estar no mundo e em sociedade”.

Também tem o “efeito muito positivo” de dar uma “visibilidade maior” ao trabalho da associação e, principalmente, à problemática das demências em Portugal.

O júri atribuiu ainda Menções Honrosas a quatro projetos: “Mentes Brilhantes”, da Fundação Assistência, Desenvolvimento e Formação Profissional, “Escola Virtual de Língua Gestual Portuguesa”, da Associação de Surdos do Porto, “Música nos Hospitais” da Associação Portuguesa de Música nos Hospitais e Instituições de Solidariedade, e “Casa em Ordem” do Serviço Jesuíta aos Refugiados.

Concorreram à terceira edição do Prémio Maria José Nogueira Pinto em Responsabilidade Social 107 projetos de instituições particulares de solidariedade social de todo o país.

O galardão, com um valor de 10.000 euros para o primeiro prémio e de 1.000 euros para cada uma das Menções Honrosas, pretende ser “um incentivo ao reconhecimento do que se faz de bem em Portugal na área da responsabilidade social”, refere a organização.

O prémio, que é entregue hoje numa cerimónia em Lisboa, foi instituído em 2012 pela MSD.