É portuguesa mas esforça-se para disfarçar o sotaque brasileiro que lhe ficou dos 20 anos que viveu no Brasil. Com 35 anos, Susana Sousa, diretora de marketing da empresa But Fashion, é casada e tem um filho. Depois de dez anos numa agência, entra na But Fashion, empresa que produz e comercializa os sapatos Cubanas em Portugal e em 18 países espalhados pelo Mundo. O objetivo é fazer crescer a marca ainda mais.

Chegou a Portugal há quantos anos?
Há dez. Acabei e faculdade e vim para cá. A minha formação é em marketing e quando cheguei a Portugal fiz uma pós-graduação no ISEG.

Qual foi o seu percurso profissional?
Trabalhei durante dez anos na área do marketing e publicidade numa agência de design, onde fiz lançamentos de produtos e serviços e organizei muitos eventos. Tive clientes muito grandes, quase todos multinacionais.

Entretanto entrou para a But Fashion.
Este grupo detém as sapatarias Made in, no total são 12 lojas já com a inauguração da mais recente em Cascais, duas sapatarias Arezzo, e vai abrir a terceira no início do ano no Oeiras Parque, e acaba de inaugurar a loja Cubanas em pleno Chiado, na Rua Serpa Pinto.

É a primeira loja Cubanas, porque até aqui os sapatos vendiam-se nas lojas Made in e noutras sapatarias do país, nomeadamente no El Corte Inglés.
Exatamente. E exportamos Cubanas para 18 países. Estes sapatos são totalmente feitos em Portugal.

E os sapatos da Made in também são feitos em Portugal?
Alguns são e outros são pensados pelos nossos designers mas fabricados fora do País. Só os Cubanas é que são desenhados e fabricados em Portugal.

Estão sediados onde?
Em Alcanena. Temos lá os serviços administrativos e os armazéns e empregamos aproximadamente 100 pessoas.

A vossa rede de sapatarias já cobre o país todo?
Sim. Já temos duas Made in no Algarve e uma no MarShopping que cobre o Norte.

Qual é o seu trabalho na empresa?
A minha função é fazer crescer a marca a nível nacional e internacional. Fazemos muita publicidade fora, nomeadamente nos países onde ainda nos interessa comercializar a marca. Na minha área o que quero fazer é que os sapatos Cubanas sejam uma marca desejada por todas as mulheres..

Acha que todas as portuguesas gostariam de ter um par de Cubanas?
Claro que sim. Estamos com uma coleção lindíssima para a Primavera Verão que vai deixar as mulheres todas apaixonadas.

As vossas clientes são jovens?
É uma coleção sempre jovem, moderna e atual mas com a dose certa de requinte. Ninguém resiste aos nossos sapatos cuja principal caraterística é o conforto. Os nossos sapatos são feitos a pensar na mulher ativa que passa o dia a correr de um lado para o outro mas está sempre bem e segura de si.

São sapatos para mulheres ativas que gostam de estar na moda?
Exatamente. A nossa cliente gosta de usar o melhor: escolhe uma boa mala, e usa umas Cubanas nos pés...

Também há malas Cubanas?
Apesar de não estarem muito divulgadas, também temos malas. Com o tempo vamos apostar mais nos acessórios: malas, carteiras e vestuário.

Quantos anos tem esta marca?
Seis anos.

O sucesso da marca superou as vossas expectativas?
Superou e continua a superar. De coleção para coleção, o crescimento é da ordem dos 30 por cento. As nossas clientes são tão fiéis e gostam tanto da marca que assim que começamos a trazer produto, compram logo porque querem assegurar que vão ter determinado modelo na estação seguinte.

Essa recetividade é sinal de aceitação e fidelização…
É por isso que, às vezes, no início da estação, já não temos todos os números, todas as cores e todos os modelos.

Quando diz que o seu trabalho é fazer crescer a marca, como é que isso se consegue?
Mando material fotográfico para as revistas, divulgo a marca junto de produtores de moda, e porque se trata de uma marca totalmente portuguesa que tem sido reconhecida no estrangeiro, faço lançamento de produtos, nomeadamente as nossas galochas Lucky que são de borracha e têm sola de madeira, e cujos três modelos foram registados e patenteados em toda a Europa.

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Foi a grande aposta da marca para este Inverno?
Sim. Fizemos a apresentação no El Corte Inglés e foi um sucesso. O meu trabalho é tratar de todos os pormenores do evento. Também faço catálogos para os nossos clientes e anúncios, entre outros materiais, são da responsabilidade do meu Departamento.

Estão nas redes sociais?
Estamos e também é o Departamento de Marketing que o gere. Estamos quase a chegar às 11 mil fãs.

Sente que as pessoas estão com mais apetência para as marcas portuguesas?
Agora sinto. Não sei se tem a ver com a crise ou não, mas os portugueses estão muito mais sensibilizados para os produtos nacionais. É por isso que fazemos questão de focar que Cubanas é uma marca 100 por cento portuguesa.

Que acaba de ganhar um importante prémio internacional.
Ganhámos o prémio Gapi, na Alemanha, na Feira Internacional de Calçado de Dulsseldorf, no segmento de Design e Inovação em Calçado de Mulher. É sempre bom ter um prémio em nossa casa, é um reconhecimento e um estímulo também.

As revistas femininas costumam pedir-lhe cubanas para as produções de moda?
Sim, pedem-nos muito. Então desde a abertura da loja, no final de Novembro, tenho recebido solicitações diárias. E estou convencida que a coleção Primavera-Verão vai agradar tanto que os pedidos ainda vão ser em maior número.

Também lhe pedem patrocínios?
Essa também é a minha área e sou eu que decido os programas que vamos patrocinar, sempre com o apoio do administrador António Marques. Neste momento patrocinamos a nova série de Morangos com Açúcar. A protagonista vai calçar as Lucky.

O target Cubanas é muito jovem?
Mais de 50 por cento das nossas clientes fidelizadas tem entre 18 e 45 anos.

O que é um cliente fidelizado?
É a cliente que tem um número de identificação e compra em todas as coleções. E tanto compra salto alto como salto baixo, pretos ou de cores garridas. A marca também é isso: é colorida e divertida.

Também usa Cubanas?
Uso sempre e já usava antes de trabalhar na empresa. Era cliente fidelizada há cinco anos.

Como é o seu agregado familiar?
Sou casada e tenho um filho com sete anos que já usa Cubanas.

Sobra tempo para ele?
Pouco. Trabalho imenso, mesmo aos fins-de-semana estou sempre a trabalhar. Ele já vai percebendo que o trabalho da mãe é muito absorvente, e, felizmente, o pai ajuda. É ele que o leva a passear, que brinca com ele e o leva às festas dos amigos enquanto eu estou a trabalhar. As redes sociais são muito absorventes. Passo os fins de semana a responder aos nossos clientes, e trato cada um como eu gostaria de ser tratada.

Gosta do seu trabalho?
Adoro!!! Estou muito motivada e entusiasmada. Puxar por esta marca é um grande desafio e ainda mais pela marca que é.

 

Palmira Correia