Segundo Barros da Silva, a elevada afluência tem gerado "alguns constrangimentos" nos serviços, o que se traduz num aumento do tempo médio de espera para atendimento, embora "não exagerado" para a época, observou.

À Lusa, explicou que o impacto só não tem sido maior porque foram reforçadas as equipas para acorrer aos picos que já eram esperados.

Naquele dia de pico, só a urgência médico-cirúrgica do Hospital Padre Américo, em Penafiel, distrito do Porto, atendeu 422 doentes, aos quais acrescem 156 vistos na urgência pediátrica e 54 na de obstetrícia e ginecologia.

Na urgência básica do Hospital de Amarante, também no distrito do Porto, foram atendidos 138 casos naquele dia.

A média dos tempos de espera nas quatro urgências do centro hospitalar foi, para os dentes triados com a cor amarela, de 93 minutos. Os "laranjas" esperaram cerca de 40 minutos.

O diretor disse à Lusa que um problema informático ocorrido no sábado e no domingo não permite disponibilizar os dados rigorosos desses dias, também de grande movimento, mas já em relação a segunda-feira os dados apontam para a afluência de 709 doentes, 339 dos quais à urgência médico-cirúrgica de Penafiel. À urgência básica de Amarante acorreram 109 utentes.

Os tempos de espera no conjunto dos quatro serviços e urgência foi, na segunda-feira, de 119 minutos para os doentes triados com pulseiras amarelas e 42 com laranjas.

Em média, os tempos de espera em Amarante são superiores aos de Penafiel, o que é explicado por se tratar de uma urgência básica. Os doentes mais graves são transferidos para Penafiel, explicou.

A elevada afluência que se tem verificado às urgências do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa acaba por se refletir num maior número de internamentos. Segundo Barros da Silva tem sido possível "alocar camas para todas as necessidades" devido à monitorização que tem sido feita pelos serviços nos recursos existentes e nas altas.

Apesar disso, o responsável admitiu que os resultados alcançados nos últimos dias pela segunda maior urgência do norte o país, atrás do Hospital de S. João, no Porto, estão a provocar um elevado cansaço nas equipas, devido à sobrecarga de trabalho.

Numa primeira análise aos dados dos últimos dias, o responsável assinalou que tem aumentado o número de casos mais graves, triados com pulseiras vermelhas e laranjas, a maioria "envolvendo idosos descompensados, com doenças respiratórias e patologias cardíacas".

Questionado sobre se espera para os próximos dias a continuação do elevado número de atendimentos nas urgências, admitiu recear que "o pior esteja ainda para vir", se as temperaturas baixas se mantiverem.