O estudo publicado na revista médica New England Journal of Medicine é o primeiro relatório completo de um esforço em larga escala para testar aquilo que pode ser a primeira vacina contra o Ébola.
O surto deste vírus altamente contagioso matou mais de 11.000 pessoas, principalmente na Libéria, Guiné e Serra Leoa, quando se propagava entre 2013 e 2016 pelo oeste africano.
O estudo de fase II envolveu 1.500 pessoas em Monróvia, na Libéria. Os participantes foram aleatoriamente designados para receber uma das duas vacinas que estão a ser testadas ou um placebo.
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O teste envolveu a favorita rVSV-ZEBOV, inicialmente desenvolvida por cientistas do governo canadiano e agora licenciada para a Merck, a Sharp e a Dohme Corporation, e a cAd3-EBOZ, criada pelo Centro de Pesquisa de Vacinas do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas americano (NIAID) e pela GlaxoSmithKline.
Após um mês, 84% dos que receberam a rVSV-ZEBOV desenvolveram anticorpos. Um ano depois, 80% ainda tinham essa proteção. Quanto à outra candidata, a cAd3-EBOZ, 71% desenvolveram anticorpos e 64% mantinham essa resposta um ano depois, quando o ensaio foi concluído.
"Este ensaio clínico produziu informações valiosas que são essenciais para o desenvolvimento contínuo desses dois candidatos à vacina do Ébola e também demonstra que é possível conduzir uma investigação clínica bem projetada e eticamente válida durante uma epidemia", disse Anthony Fauci, diretor do NIAID.
"Uma vacina segura e eficaz é um complemento importante às medidas clássicas de saúde pública para controlar os inevitáveis futuros surtos de Ébola".
Algumas pessoas que receberam as vacinas tiveram "efeitos secundários leves ou moderados que foram resolvidos, como dor de cabeça, dores muscular, febre e fadiga", destaca o estudo.
"No geral, os investigadores não identificaram nenhuma grande preocupação de segurança relacionada com as vacinas", acrescentou.
Um total de 15 candidatas a vacinas estão a ser desenvolvidos em todo o mundo para prevenir o Ébola. Os especialistas acreditam que as primeiras vacinas podem ser aprovadas até 2018, escreve a agência de notícias France Presse.
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