A NextSource Biotechnology, um laboratório desconhecido com sede em Miami, comprou em 2013 a licença do fármaco lomustina da Bristol-Myers Squibb, que vendia o comprimido de 100 miligramas por 50 dólares.

Desde então, segundo uma investigação do Wall Street Journal publicada a 25 de dezembro, a NextSource aumentou para 768 dólares o preço do mesmo fármaco, comercializando-o nos Estados Unidos com o nome Gleostine.

A patente da lomustina - antes conhecida como CeeNU ou CCNU - expirou,e não tem um equivalente genérico. É um fármaco quimioterápico desenvolvido há mais de 40 anos para tratar o glioblastoma, um tumor cerebral agressivo e raro.

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A publicação de um artigo do WSJ provocou uma onda de acusações de "cobiça corporativa" nas redes sociais e uma carta aberta de uma associação de ativistas democratas do condado de Miami-Dade, que exige uma investigação judicial sobre a NextSource por "especulação de preços e práticas anticompetitivas".

O advogado da farmacêutica, Joseph DeMaria, disse à agência de notícias France Presse (AFP) que pedirá uma retratação pública e que não descarta denunciar o WSJ e os ativistas por difamação. DeMaria afirmou que a NextSource produz outras doses menores e, portanto, mais económicas do comprimido.

O advogado também argumentou que a empresa deve pagar dois milhões de dólares por ano à agência de medicamentos dos Estados Unidos, a FDA, e que o custo da matéria-prima da lomustina aumentou 30%.