“No tema da vacinação na idade pediátrica está já clarificada a decisão de vacinação 18 aos 16 anos, e está já clarificada também a vacinação dos 12 aos 15 em casos de comorbilidades, que nos vão agora ser listadas pela Direção-Geral da Saúde (DGS)”, disse Marta Temido, sem deixar de salientar que o Governo se vai reunir para “apreciar as atuais medidas” e também “para refletir sobre as recomendações hoje deixadas pelos peritos” no Conselho de Ministros de quinta-feira.

Segundo a governante, que falava aos jornalistas após a reunião no Infarmed, em Lisboa, que juntou especialistas, Governo, Presidente da República e Presidente da Assembleia da República, os técnicos da comissão técnica de vacinação contra a covid-19 ainda estão a analisar “a relação de risco-benefício relativamente à vacinação nestas idades” mais jovens, mas enfatizou que há uma decisão política.

“Todos queremos ter essa informação o quanto antes e estamos preparados para vacinar estas faixas etárias em termos logísticos, dependemos agora desta avaliação técnica e há também uma decisão que pode ser tomada para além dessa decisão técnica”, referiu.

Marta Temido rebateu ainda a tese de uma maior resistência à vacinação contra a covid-19 entre os mais jovens, ao citar o estudo hoje apresentado pela diretora da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) da Universidade Nova de Lisboa, Carla Nunes.

“Por vezes temos a ideia de que são os mais jovens que mais reativos são à vacinação e o que hoje foi referido é que a hesitação vacinal está concentrada num grupo etário mais avançado, entre os 45 aos 60 anos”, indicou.

A ministra da Saúde enfatizou a “capacidade que a vacinação tem em reduzir em três vezes o risco de internamento e de óbito”, reforçando a efetividade vacinal como um aspeto “determinante para continuar a caminhar e a lutar contra a infeção”.

Questionada sobre a abordagem que o Conselho de Ministros deverá ter para o futuro próximo, face à atual situação epidemiológica, Marta Temido antecipou uma “uniformidade” de medidas, perante a prevalência da variante Delta do vírus SARS-CoV-2 “em mais de 95% do território nacional” e um “número muito significativo de concelhos em que a incidência é superior a 120 casos por 100 mil habitantes” a 14 dias.

“Tem sido fundamental conseguir mais vacinas, para prepararmos agora este próximo Conselho de Ministros com uma situação de alguma esperança relativamente a uma situação que ainda vivemos de pandemia, mas na qual podemos perspetivar a forma como o regresso às nossas vidas se torna cada vez mais próximo”, sentenciou.