“A chanceler e os chefes dos governos regionais vão reunir-se a 01 de fevereiro às 14:00 [12:00 em Lisboa] para uma discussão sobre as vacinas”, indicou um porta-voz governamental, precisando que também estarão presentes representantes da indústria farmacêutica.

A convocação da reunião surge numa altura em que peritos alemães, citados hoje pela agência noticiosa France-Presse (AFP), consideraram que a vacina da farmacêutica AstraZeneca contra a covid-19 é aconselhada apenas para menores de 65 anos, algo que, pouco depois, foi contestado pelo fabricante.

A comissão de vacinação alemã indicou não recomendar a vacinação da farmacêutica britânica para pessoas com mais de 65 anos, devido à falta de dados sobre os mais velhos.

“A vacina contra a covid-19 da AstraZeneca é atualmente recomendada unicamente para pessoas entre os 18 e os 64 anos”, escreveu a Comissão de Vacinação (STIKO) num documento consultado pela AFP.

Pouco depois, a farmacêutica AstraZeneca defendeu a eficácia da sua vacina contra o novo coronavírus em maiores de 65 anos.

“As últimas análises […] apoiam a hipótese de uma eficácia da vacina no grupo de maiores de 65 anos”, afirmou um porta-voz da farmacêutica britânico-sueca, lembrando que se aguarda uma decisão da Agência Europeia do medicamento (AEM) “para os próximos dias”.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, cujo país aprovou a utilização da vacina e que contempla a vacinação de idosos, afirmou que a Autoridade de Produtos de Saúde do Reino Unido considerou a vacina “muito boa e eficaz” e que oferece “um alto grau de proteção”.

A convocação de uma reunião nacional na Alemanha com a indústria farmacêutica foi uma ideia defendida hoje pelo ministro da Saúde alemão, Jens Spahn, ao estimar que a atual escassez de vacinas para a covid-19 se possa prolongar por dez semanas, um período “duro” para a população, garantindo que se está à procura de soluções à escala nacional e europeia.

“Pelo menos durante dez semanas persistirá a escassez. Temos de fazer face à situação em conjunto, tal como reclamam de nós os cidadãos”, escreveu o ministro da Saúde alemão, Jens Spahn, na rede social Twitter.

Spahn acrescentou que, para ultrapassar a escassez, é necessário avaliar a situação atual, bem como as possibilidades de “cooperação existentes” com outros países e procurar “outros apoios” para reforçar essa ação.

Os atrasos na gestão e distribuição de vacinas, em paralelo com o receio da extensão das mutações do vírus, estão a centrar a preocupação do Governo de Berlim, numa altura em que o país observa uma descida sustentada de novos casos.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.176.000 mortes, resultantes de mais de cem milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.