Na primeira coleção que assinou para a Dior em setembro, a diretora artística Maria Grazia Chiuri proclamou o seu lado feminista em camisas e apresentou looks inspirados na esgrima.

A estilista italiana continuou a explorar o tema do uniforme nesta sua segunda coleção de prêt-à-porter: o look militar com boinas pretas e um ar revolucionário, mas também de trabalho, com conjuntos, as calças de operários e os famosos jeans predominaram em cima da passerelle.

"Podemos misturar estes elementos para criarmos o nosso próprio uniforme", explica Maria Grazia Chiuri em entrevista à Agência France-Presse (AFP).

"Às vezes, é preciso que a roupa nos proteja. O uniforme responde a esta ideia de preservar o nosso espaço pessoal", completou.

Em outras, "o uniforme fala de igualdade", diz a estilista, que usava uma bandana branca como mensagem feminista, item lançado pelo site "Business of Fashion" após a eleição de Donald Trump, em sinal de unidade e tolerância e que cresceu durante as semanas de moda de Nova Iorque e de Londres.

"Se quisermos mais igualdade, temos de trabalhar em conjunto", disse a estilista.

O azul da coleção lembra também os estereótipos ligados ao género, explica Maria Grazia, porque esta cor é muitas vezes associada aos rapazes, em oposição ao rosa, para as raparigas.

"De todas as cores, apenas o azul-marinho pode competir com o preto em igualdade", afirmou Christian Dior.

A diretora artística da marca, que diz fazer parte da "geração do preto", foi inspirada pelo azul acinzentado em vestidos do arquivo da marca.

Também recorreu a um look de 1949, inspirado nas túnicas de pastores, com uma grande capa, mostrando peças de alfaiataria com linhas sóbrias e apuradas e trabalhando os tafetás em vestidos plissados e com folhos. O veludo também esteve muito presente, como é o caso de um vestido curto usado com botas acima dos joelhos.

Nesse universo azul-noite, o gosto de Christian Dior pelos astros, que inspirou grande parte da coleção de Alta-Costura apresentada em janeiro, também esteve presente nessa coleção, com cometas e luas que brilhavam em casacos e em saias de tule.

Usando uma boina da coleção, Rihanna, o rosto da marca, assistiu ao desfile no Museu Rodin juntamente com a modelo Kate Moss e a atriz de cinema Uma Thurman.