Observa-se cada vez mais pessoas que não estão bem, envolvidas por tristeza, depressivas, com ansiedade, e que procuram desesperadamente fora de si soluções mágicas, instantâneas e que resolvam o seu caos interno de imediato. Na maioria das vezes, consideramos que terá de ser alguém, fora de nós que deverá dar uma fórmula brilhante e milagrosa, que a irá instantâneamente curar o nosso estado de desequilíbrio. No entanto, sabemos que ninguém melhor do que nós deverá saber “montar” o puzzle da nossa própria vida, com as peças certas nos lugares respetivos.
É certo, que por vezes precisamos de recorrer a alguém fora que nos ajude a aceder a dramas inconscientes, traumas profundos. Quando estamos a perder o controle da situação, torna-se fundamental a ajuda de uns “olhos” extra para nos ajudar a fazer um ponto de situação, ajudando a alcançar uma visão mais consciente, mais clara e mais profunda sobre nós. Só assim será possível resolver, libertando algo mais forte, profundo e inconsciente, que sozinhos não conseguiriamos teríamos acesso.
Também é fundamental entender que, a verdadeira cura passa sempre por um trabalho paralelo contínuo, de autoconhecimento e autoconsciência. Assim é indispensável o reconhecimento das ferramentas internas para desenvolver uma maturidade emocional que não dependa de fatores externos (materiais, emocionais, satisfação de desejos, etc) para se nutrir.
É verdade que existem excelentes terapeutas com ferramentas fabulosas, mas o verdadeiro terapeuta, é sempre aquele que não cria dependências no seu trabalho de apoio, não faz o paciente achar que a sua zona de segurança é o consultório, perpetuando uma pessoa imatura, exigindo um investimento sem sentido. Esta dependência criada pelo terapeuta faz que o paciente, sempre que tenha um drama, recorra de imediato ao terapeuta, como se fosse uma criança imatura, e o terapeuta assume o papel de um pai que diz onde colocar os pés, ao invés de ajudar a criar maturidade, independência e pensar pela própria cabeça.
Nesta perspetiva de pseudocura completamente ultrapassada, o suposto terapeuta assume poder sobre a “cura” do paciente, e o paciente entrega a responsabilidade da cura ao terapeuta. Esta visão terapêutica, em nada ajuda o paciente a tornar-se maduro, responsável e com capacidade de resolver os seus próprios desafios sozinho. E também, o paciente, fica inibido na sua capacidade de iniciativa para conseguir recorrer aos seus recursos internos em momentos de drama, deixando de ser uma pessoa livre e independente para cocriar uma vida que seja mais alinhada com a sua própria essência.
Esta desresponsabilização que muitos criamos sobre nós, e sobre o que nos acontece, atribui aos outros (terapeutas, amigos, relacionamentos, etc) e às circunstâncias as rédeas da nossa própria vida e do nosso equilíbrio. Esta forma um pouco irresponsável de agir e estar na vida cria em nós, uma certa dissociação e ausência de nós mesmos, como protagonistas da nossa própria história, da nossa vida, e consequentemente desacreditamos da possibilidade de estar em nós a nossa própria fonte de cura.
Pelo facto de meio mundo dar o seu próprio “Poder” e responsabilidade de cocriar a sua própria vida aos outros, é que se criam esses emaranhados internos, a pessoa ausentou-se da sua propria casa, e outros ficaram a decidir tudo o que está dentro da casa. Depois o maior trabalho será em recuperar a casa “ocupada” por intrusos, colocá-los para fora, e tirar tudo de dentro da casa que não esta ao nosso gosto, e voltar a reconstruir tudo de novo de forma a que nos expanda e nos traga paz.
Felizmente que os terapeutas da nova era, já estão alinhados com uma nova consciência, e em nada se identificam com estas formas de trabalhar inconscientes, e logo no inicio do processo, sugerem aos pacientes para irem tirar formações que ajudem a organizar a cabeça, e as emoções, assim como cuidar da alimentação e fazer um alinhamento energetico. Com cursos, o dinheiro da pessoa passa a ser um investimento não só na cura, como ao mesmo tempo está a investir no desenvolvimento de habilidades que poderão servir como forma de ajudar outras pessoas também.
O verdadeiro terapeuta, em simultâneo ao seu trabalho, “obriga” a pessoa a responsabilizar-se pelo seu próprio processo de cura, ajudando a pessoa procurar dentro de si ferramentas e habilidades internas para ressignificar positivamente todos os dramas e desafios, tornando-se capaz de responder positivamente nos próximos desafios que surgirem na sua vida.
Em casos de ansiedade, tristeza, stress e até mesmo depressão, embora se possa pedir ajuda, a verdadeira cura passa também pela responsabilização da pessoa por começar a desemaranhar o seu novelo interno caótico, reconhecer dentro de si a sua própria identidade e reconstruir-se com base numa autoimagem estruturada em crenças positivas. Ninguém consegue viver num “lar interno” cheio de lixo e desarrumado, então quando não se sabe por onde começar, o início estará em tirar tudo para fora da “casa interna”, para depois limpar a fundo e colocar dentro só o que é importante, essencial, e nos locais certos.
O terapeuta deve ser apenas, a pessoa que ajuda a pessoa a entender pela sua cabeça o sentido, e a importância de cada coisa PARA SI, tudo o restante tem de ser feita pela própria pessoa, só ela sabe o que é bom ou mau para si, quais as suas prioridades e em que lugares dentro de si cada coisa pertence.
Mesmo na cura física, cada pessoa deveria pesquisar e ir tirar formação na área da medicina ayurvédica (cursos curtos), e/ou outras disciplinas para aprender a usar a alimentação como forma de cura, e entender quais as emoções responsáveis pelo desencadeamento da somatização. Tornando-se assim agente da própria cura, podendo depois ajudar outras pessoas a fazer o processo de forma mais consciente e integrado.
Sobre a Autora:
Cristina Jorge
Astrologia, Consciência e Mindfulness
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