A falta de especialistas nos hospitais públicos pode obrigar ao encerramento de maternidades, admitiu este sábado o coordenador da comissão de acompanhamento da resposta de urgência em obstetrícia, que pretende entregar o documento final até ao fim do mês.
A Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARS-LVT) afirmou que todos os serviços de ginecologia e obstetrícia da região estão hoje a funcionar normalmente, embora admita que poderão verificar-se constrangimentos em algumas unidades hospitalares.
As maternidades da região de Lisboa realizaram 75 partos no sábado, anunciou a Administração Regional de Saúde, adiantando que, à exceção das urgências de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, todas as outras estão a funcionar.
O presidente do Conselho Regional do Sul da Ordem dos Médicos defendeu hoje ser necessário um "reforço efetivo" de todas as maternidades, "não apenas de duas ou três", e travar a saída dos especialistas do SNS para o privado.
O Sindicato dos Médicos da Zona Centro (SMZC) considerou hoje que as duas maternidades de Coimbra apresentam um panorama assustador a curto/médio prazo devido à falta de recursos humanos e ausência de renovação do quadro clínico.
A Ordem dos Médicos avisa que as maternidades portuguesas estão já a ultrapassar a situação limite, com profissionais a fazerem um “esforço sobre-humano” e a fazerem num mês mais de 100 horas de serviço de urgência além do habitual.
O bastonário da Ordem dos Médicos pede que seja “investigado totalmente” o caso do recém-nascido que morreu depois de a mãe grávida ter sido transferida do Algarve para o Amadora-Sintra.
O hospital Amadora-Sintra refere que a grávida que foi transferida do Algarve e cujo bebé acabou por morrer foi “prontamente assistida” e teve “todos os cuidados de saúde considerados necessários”.
As maternidades da região de Lisboa e do sul do país estão todas a funcionar a meio gás e as grávidas andam a “saltar de hospital em hospital”, afirma o presidente da secção regional Sul da Ordem dos Médicos.
A ministra da Saúde afirmou hoje que existem unidades mais carenciadas do que as que aparecem nas notícias e disse desconhecer os fundamentos da Ordem dos Médicos na identificação das necessidades de ginecologia e obstetrícia.
A ministra da Saúde, Marta Temido, vai ao parlamento dar explicações sobre o eventual encerramento rotativo dos serviços de urgência externa de quatro maternidades de Lisboa durante o verão.
O bastonário da Ordem dos Médicos (OM) disse hoje que a situação das maternidades é “muito mais grave e complexa” do que tem vindo a ser falado e defendeu uma política de contratação pública para reter os especialistas.