“A questão fulcral prende-se com as particularidades desta greve, que é uma greve longa e em blocos cirúrgicos. Os serviços mínimos têm de ser acordados, não de forma abstrata mas sim de acordo com as especificidades deste tipo de greve”, afirmou António Araújo hoje na comissão parlamentar de Saúde.

O responsável pela Ordem dos Médicos na região Norte entende que os serviços mínimos decretados para a última greve cirúrgica, que terminou no final de dezembro depois de mês e meio de paralisação, foram os mesmos que são definidos para qualquer greve “normal”, de curta duração.

“É uma greve extremamente particular, que nunca tinha acontecido. E os serviços mínimos deviam ter tido em atenção estas particularidades”, declarou António Araújo aos deputados.

O responsável entende que “há uma série de situações concretas que não estão contempladas nos serviços mínimos e que lesam os direitos dos doentes”.

No entender de António Araújo, os serviços mínimos decretados “são bons para uma greve ‘normal’”, mas deviam ser repensados no caso de paralisações prolongadas e que afetam as cirurgias.

Araújo disse ainda que houve tentativas de colocar em causa a indicação urgente de cirurgias determinadas pelo médico, contudo disse que não se tratar de “uma guerra entre profissionais” nem de uma acusação de violação de serviços mínimos.

Uma nova greve cirúrgica de enfermeiros pode começar já na sexta-feira, prolongando-se até final de fevereiro, caso na reunião de quinta-feira entre sindicatos e Governo não se chegue a um acordo.