Se a minha leitura não está errada a proposta do Governo para quem não passa para o regime de dedicação plena resume-se a um estrondoso aumento de 50 € brutos (cerca de 25 € líquidos)
E se a dedicação plena pode valer muito a pena nas USFs de Modelo B, valer a pena nos hospitais, o aumento para quem não fica em dedicação plena é insultuoso
E isto é sobremaneira grave porque nos cuidados de saúde primários não pode aderir á dedicação plena quem quer; apenas quem está em USF B a tem como garantida, para além dos incentivos que até podem superar a remuneração base. Para os restantes haverá quotas o que estabelecerá a existência de 3 regimes. O das USF Bs, o da dedicação plena nas UCSPs e o das 40 horas nas UCSPs . Nestes dois últimos, as tarefas e responsabilidades serão exatamente as mesmas. Mas enquanto os primeiros terão um aumento de 50% e nem terão que fazer 40 hs, os segundos têm um aumento de 1,2 % , continuarão em UCSPs mal equipadas, a terem que fazer 40 horas e dar resposta não só à sua lista de utentes como aos utentes sem Médico de Família
Dependendo de um despacho conjunto do Ministro da Saúde e do Ministro das Finanças.
Escandaloso e inconstitucional. Lembra-se como ainda recentemente o Presidente da República não aceitou regimes diferentes para os professores.
Nos hospitais muitos não poderão aderir por compromissos pessoais declarados como incompatíveis ou por indisponíveis para realizarem as 300 horas suplementares em serviços de urgência out trabalhar aos sábados. Novidades exigidas a quem opte pela dedicação plena.
O seu aumento será de apenas 1,2%
Parece assim ser justa a indignação dos sindicatos.
Nota: é para as UCSPs e sem dedicação plena que serão apontados os recém-especialistas de MGF que concorrem ao SNS. Irão continuar a dizer: “muito obrigado , mas não”
Quadro comparativo entre os rendimentos alcançáveis nos vários regimes
Comparação das grelhas
Ver também: https://healthnews.pt/2023/07/30/uma-primeira-leitura-da-proposta-do-governo-da-revisao-do-modelo-b-das-usfs/
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