“Este ano temos resultados muito favoráveis. Portugal dispõe de um dos programas mais avançados de transplantação a nível internacional e tem das taxas mais elevadas de dadores por milhão de habitantes”, sublinhou Fernando Araújo.
O secretário de Estado falava na cerimónia de apresentação pública do protocolo entre o Centro Hospitalar de São João (CHSJ), o Instituto Português do sangue e da Transplantação (IPST) e o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), que vida a otimização das colheitas de órgãos de dadores em paragem cardiocirculatória.
Este projeto piloto que já foi testado com sucesso no Centro Hospitalar de São João envolve também os hospitais de Vila Nova de Gaia, Matosinhos e Centro Hospitalar do Porto/Santo António que disponibilizam as respetivas viaturas médicas de emergência de reanimação (VMER) para deslocar os doentes para o São João.
Perante casos de reanimação cardíaca irreversíveis, o São João testou o uso de uma máquina que bombeia e oxigena o sangue fora do corpo (ECMO) para preservar os órgãos abdominais da vítima, nomadamente os rins e o fígado.
Com o protocolo agora assinado, a assistência a um doente em paragem cardiocirculatória é alargada ao ambiente extra-hospitalar, como seja na rua ou em casa. A vítima é transportada ao hospital ventilada e sujeita a massagens ritmadas por um compressor cardíaco mecânico.
“O doente é transportado para o São João, onde já é possível utilizar uma tecnologia que faz passar o sangue por um circuito e por uma membrana que aumenta a probabilidade de recuperar a função do coração e, se isso for impossível, preserva os órgãos de forma que sejam capazes de serem transplantados”, explicou aos jornalistas o diretor clínico do São João, José Artur Paiva.
Neste hospital já foi possível colher órgãos de seis dadores de paragem cardíaca, em colaboração com as equipas da viatura médica de emergência de reanimação (VMER) do hospital.
O secretário de Estado Adjunto e da Saúde disse ainda aos jornalistas que “é expectável que este ano seja dos melhores anos de transplantes a nível nacional”.
“Apesar disso queremos dinamizar e fazer crescer esta área” e por isso, “a ideia é alargar este projeto para Lisboa e depois para Coimbra. Queremos aproveitar esta experiência para também tirarmos ilações, fazermos alguma reflexão, para depois implantarmos nas outras regiões do país”, disse Fernando Araújo.
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