A ministra da Saúde rejeitou hoje a visão de tempo perdido nesta legislatura, como sugere o Relatório da Primavera 2019 do Observatório Português dos Sistemas de Saúde, e lembra que houve necessidade de recuperar investimento no SNS.
O ex-ministro da Saúde Adalberto Campos Fernandes defende que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) está “vivo e forte”, apesar de “tanto ruído e tanto ataque político”.
Quase metade dos concelhos de Portugal Continental não tem ainda unidades de saúde familiares (USF) e é nesses que há população mais idosa, menos poder de compra e um nível educacional inferior, segundo o Relatório da Primavera.
Observatório Português dos Sistemas de Saúde quer que os utentes sem médico de família ou equipa de saúde atribuída sejam considerados uma prioridade para “evitar uma dupla penalização” e não agravar desigualdades.
Portugal continua com atraso no acompanhamento da doença mental e nunca houve compromisso político sério para investir na área da saúde mental, conclui o Relatório da Primavera 2019, recomendando a contratação de mais psicólogos para o SNS.
O Estado comparticipou nos últimos quatro anos 56 novos medicamentos, que representaram mais de 40 milhões de euros de encargos só no ano passado, com destaque para os fármacos para deixar de fumar e para os novos anticoagulantes orais.
Portugal é dos países europeus em que os doentes demoram mais tempo a ter acesso a medicamentos inovadores, com a média de espera a ser cinco vezes superior à Alemanha, país com melhores resultados.
O setor da saúde foi marcado nos últimos anos por uma inércia de governação, muito baseada em gestão corrente, perdendo-se meses em “retórica e taticismo” e deixando reformas por concretizar.