O problema do acesso às ecografias obstétricas está resolvido nas regiões Norte e Centro, mas ainda há dificuldade de recursos humanos em Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve, gerando "alguns constrangimentos", reconheceu hoje o ministro da Saúde.
A Ordem dos Médicos (OM) teve de adiar a publicação da lista dos médicos com competência em ecografia obstétrica devido à pandemia da COVID-19, mas mantém “a firme intenção” de continuar este trabalho assim que as condições o permitam.
Cerca de duas dezenas de pais acompanhados na clínica Ecosado estão preocupados com as ecografias realizadas neste estabelecimento de saúde, tendo pedido ajuda e aconselhamento à Ordem dos Médicos (OM), avançou hoje à Lusa o bastonário.
O bastonário dos Médicos considerou hoje que o caso do bebé com malformações graves que nasceu em Setúbal mostrou “uma falência do controlo do que é feito no sistema de saúde”, não sendo “apenas um caso de más práticas”.
A Ordem dos Médicos (OM) pediu hoje a intervenção do Ministério Público para averiguar a questão da clínica que realizou ecografias à mãe do bebé que nasceu com malformações graves e que afinal não tinha convenção com o Estado.
A Sociedade Portuguesa de Ecografia Médica (SPEM) manifestou-se hoje contra as chamadas “ecografias emocionais” feitas fora do âmbito médico, considerando que expõem grávidas e fetos a tempos excessivos de exposição a ultrassons, o que pode ter efeitos nocivos.
Entre 180 a 200 obstetras no Serviço Nacional de Saúde têm aptidão para realizar as ecografias específicas de acompanhamento da gravidez, um número que "asseguraria muito perto do total" dos exames nos serviços públicos, segundo a Ordem dos Médicos.
A clínica EcoSado, onde trabalhava o obstetra Artur Carvalho, nunca foi fiscalizada pelo regulador da saúde, que avisa que as suas competências não incluem a avaliação da atividade dos profissionais de saúde.
O presidente do Conselho Superior da Ordem dos Médicos considera inaceitáveis os atrasos nos processos que devem ser avaliados pelo conselho disciplinar do Sul, indicando que será necessário um reforço dos meios.
A Ordem dos Médicos decidiu criar uma competência específica na área da ecografia de acompanhamento da gravidez, apesar de considerar que as normas existentes em Portugal “asseguram a qualidade” desses atos médicos.
O médico Artur Carvalho, envolvido no caso do bebé que nasceu com malformações graves, comunicou ao bastonário dos Médicos que decidiu suspender a realização de ecografias na gravidez até à conclusão dos processos em análise no conselho disciplinar.
O bastonário da Ordem dos Médicos vai reunir-se hoje com os presidentes dos colégios de obstetrícia e de radiologia para analisar o tema das ecografias feitas na gravidez, na sequência do caso do bebé de Setúbal.