Esta conclusão é de um estudo da University College London (UCL), publicado pela revista Pediatric Obesity, que revela que a principal influência da alimentação emocional reside no ambiente doméstico e, em grande parte, no facto de os pais darem comida aos filhos esperando que estes se sintam mais confortáveis.

A nova investigação baseou-se num estudo anterior da UCL, publicado em 2017, que destacou a influência determinante do ambiente doméstico na alimentação emocional.

“O stress e as emoções negativas têm efeito no apetite das pessoas, mas isso varia conforme o tipo de personalidade”, defendeu o médico e coordenador da investigação, Moritz Herle, do Instituto de Saúde Infantil da Great Ormond Street, ao Independent. “Algumas pessoas atacam a despensa quando se sentem tristes, outras deixam de comer devido ao stress. Este estudo corrobora as nossas descobertas anteriores, sugerindo que a alimentação emocional deve-se, sobretudo, a fatores ambientais.”

O novo estudo analisou 398 gêmeos britânicos de 4 anos de idade, metade dos quais provenientes de famílias com pais obesos e a outra metade filhos de casais com um peso saudável.

Os pais revelaram os hábitos alimentares de seus filhos e a tendência que estes revelavam para comer como forma de compensação. De seguida, os cientistas compararam os dados de gêmeos idênticos e não-idênticos, juntamente com as taxas de alimentação emocional, e encontraram poucas diferenças. Isso mostrou que o ambiente influencia mais este tipo de comportamento do que os genes.

“Não sabemos muito sobre as consequências físicas e mentais da alimentação emocional na infância”, explicou Clare Llewellyn, do Instituto de Epidemiologia e Saúde da UCL, ao The Independent.

Sabe-se, isso sim, que o recurso excessivo à alimentação - ou a renúncia total à mesma – sob o efeito de estados emocionais mais desequilibrados é um risco para o desenvolvimento de obesidade e outros distúrbios alimentares, nomeadamente anorexia nervosa ou transtorno da compulsão alimentar periódica.