A Associação Cuidadores de Portugal e a Associação Nacional de Cuidadores Informais alertaram hoje, quando se assinala o Dia Europeu do Cuidador, que continuam a faltar medidas previstas no Estatuto do Cuidador, aprovado há mais de um ano.
O presidente da Associação dos Administradores Hospitalares defendeu hoje que, se as famílias e os cuidadores informais tivessem mais apoios, poderiam ajudar a libertar camas nos hospitais que continuam ocupadas por pessoas que já tiveram alta.
As formações para dar aos cuidadores informais competências e conhecimentos específicos da ação do cuidar, no âmbito do projeto “Apoio ao Cuidador”, regressam em abril à Amadora, indicou a Câmara Municipal.
A maioria dos cuidadores informais admite já se ter sentido em estado de exaustão emocional e mais de sete em cada dez precisam de apoio psicológico urgente, segundo um estudo que será hoje divulgado.
Os cuidadores informais estão cansados de serem “uma causa adiada”, disse hoje à Lusa a vice-presidente da Associação de Cuidadores Informais, depois de uma concentração frente à Assembleia da República contra uma legislação que consideram insuficiente no apoio.
Os deputados aprovaram hoje uma proposta do BE que alarga o direito do teletrabalho aos cuidadores informais, por um período máximo de quatro anos seguidos ou interpolados.
Cuidadores informais estão hoje em protesto junto ao parlamento para exigir o alargamento a todo o país dos direitos aplicados em 30 concelhos, criticando ter-se usado apenas 700 mil dos 30 milhões previstos do atual Orçamento do Estado.
Sem a regulamentação dos apoios previstos, o Estatuto do Cuidador Informal (ECI) transforma-se "numa mão cheia de nada", defendem associações representativas dos cuidadores, que estão preocupadas com o desconhecimento em relação aos seus direitos.
A maioria dos cuidadores informais inquiridos num estudo do movimento que lhes quer "dar voz" revela desconhecer o estatuto em vigor há um ano e queixa-se da falta de apoios para prestar cuidados, mas também psicológicos e emocionais.
Os cuidadores informais querem ser grupo prioritário na vacinação contra a covid-19, alertando que um cuidador doente é uma dupla sobrecarga para o Serviço Nacional de Saúde, por estar infetado e por não poder continuar a prestar cuidados.
O Movimento Cuidar apelou hoje ao Governo para que os cuidadores informais tenham prioridade na vacinação contra a Covid-19, alertando que se estiverem infetados têm de parar os cuidados que prestam, além de poderem infetar o doente.
O número de cuidadores informais em Portugal deverá rondar os 1,4 milhões de pessoas, impulsionado durante a pandemia por causa do fecho de respostas sociais, revela um inquérito nacional segundo o qual estas pessoas deveriam ter mais direitos.
A Câmara de Lisboa lança na quinta-feira um estudo para conhecer quem são os cuidadores informais da cidade, quantos são e quais as suas necessidades, estando a apresentação dos resultados preliminares prevista para julho de 2021.
Os projetos-piloto experimentais dos cuidadores informais vão avançar em junho, depois de o seu arranque ter sido suspenso devido à COVID-19, anunciou hoje a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.