As pessoas que fazem sestas diárias de mais de 60 minutos apresentam "um risco significativamente mais alto de diabetes do tipo 2" do que os que não dormem a sesta, observaram quatro cientistas da Universidade de Tóquio, sem demonstrar, porém, uma relação de causa e efeito.
Calcula-se que esse risco suplementar seja de 45%, segundo o estudo, que foi apresentado esta quinta-feira (15/09) num congresso da Associação Europeia para o Estudo da Diabetes (EASD) na Alemanha.
A investigação ainda não foi publicada em nenhum jornal de referência nem revista pelos seus pares.
A diabetes tipo 2, que representa 90% dos casos da doença, corresponde à incapacidade do organismo para regular o nível de açúcar no sangue. Se não for tratada, essa hiperglicemia pode causar graves problemas de saúde, como cegueira, perda de sensibilidade dos nervos e doenças cardiovasculares.
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De acordo com o estudo, as pessoas que dormem sestas inferiores a 40 minutos não são mais afetadas pela diabetes do que a média.
Os cientistas, que compilaram 21 estudos relativos a mais de 300.000 pessoas, não encontraram um vínculo estatístico entre a duração das sestas e o risco de obesidade.
"Este estudo não demonstra com certeza que a sesta diurna provoca diabetes, apenas mostra que existe uma associação entre ambas", diz a Associação Europeia para o Estudo da Diabetes em comunicado de imprensa.
Por isso, estes resultados devem ser analisados com precaução, porque não exclui a hipótese da frequência crescente dos casos de diabetes estar ligada a outras causas, advertem vários especialistas que não participaram do estudo, escreve a agência de notícias France Presse.
"Uma possibilidade é que as pessoas pouco ativas e com excesso de peso, ou obesas, sejam mais propensas a dormir sestas durante o dia. E estas pessoas também têm maior probabilidade de desenvolver diabetes", observou o professor de Epidemiologia do Cancro Paul Pharoah, da Universidade de Cambridge. Ou, por outro lado, pode haver "uma relação de causalidade invertida: mais sesta durante o dia devido a uma diabetes não diagnosticada", acrescenta ainda o especialista.
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