Os especialistas da Universidade do Texas, nos Estados Unidos da América, desenvolveram o primeiro fármaco que bloqueia a dor na sua origem em vez de a disfarçar, como fazem os medicamentos atuais mais comuns, que, para além disso, têm efeitos secundários (como os anti-inflamatórios não esteroides) ou são aditivos (como os opiáceos). Esta nova geração de medicamentos baseia-se num mecanismo fisiológico denominado de «transmissor natural de calor ao corpo» que ajuda a que os nervos não sintam a dor.

Os especialistas internacionais perceberam que o calor ativa os ácidos gordos básicos similares à capsaicina, um dos compostos do pimento. Graças a essa perceção, os cientistas descobriram duas potenciais formas de bloquear este transmissor de calor, considerado a peça-chave da dor dos nossos neurónios. Em Portugal, 62% da população consome regularmente analgésicos, revela o estudo TGI (Target Group Index) da Marktest referente a 2014.

Nas mulheres, a percentagem é de 70,4%. Nos homens, baixa para os 53,2% mas, tanto num caso como noutra, os valores aumentam com a idade. «Há uma grande preocupação das autoridades mundiais de saúde relativamente ao uso indiscriminado destes medicamentos, muitos deles comprados sem receita médica, em vários pontos de venda», critica a farmacêutica Margarida de Sá, autora do blog Dicas de farmacêutica.

«O alívio da dor é uma das queixas mais comuns no balcão da farmácia», refere ainda a especialista. «Cada vez mais, o farmacêutico tem que estar atento e aconselhar no sentido do não abuso do consumo de analgésicos, mostrar quais os efeitos colaterais, alertar para as doses máximas aconselhadas e encaminhar para consulta médica sempre que a dor teime em não passar», acrescenta ainda Margarida de Sá.