CA 15.3

O CA 15.3 é um marcador tumoral usado no acompanhamento de pacientes com cancro da mama. O "alvo" detetado nos ensaios de CA 15.3 é uma glicoproteína, produto do gene MUC1. Normalmente pode ser encontrada na maioria das células epiteliais glandulares e no soro, estando elevada em muitas neoplasias, incluindo adenocarcinomas e carcinomas escamosos. Inúmeros estudos têm confirmado que o CA 15.3 é o melhor marcador tumoral disponível para a avaliação do cancro da mama.

No entanto o seu uso é limitado pela sua baixa sensibilidade nas fases iniciais da doença (15% a 35%) e falta de especificidade pois pode estar elevado em situações não tumorais. É consensual que o CA 15.3 não deve ser usado para rastreio ou diagnóstico do cancro da mama. Desta forma, o seu uso fica restrito a monitorização do tratamento e deteção de recidivas. De frisar que não é de todo recomendado mudanças terapêuticas com base apenas nos títulos de CA 15.3 de forma isolada.

Aumentos transitórios nos níveis de CA 15.3, imediatamente após o tratamento (quimioterapia), podem ocorrer, sendo as determinações seriadas mais significativas do que uma medida única. No seguimento de doentes com cancro de mama tratado e assintomáticas, o CA 15.3 está elevado em 73% das recidivas e em 6% sem recidivas.

CA 27.29

O CA 27.29 é um marcador semelhante ao CA 15.3, encontrado no soro das doentes com cancro da mama. A determinação dos níveis de CA 27.29 pode ser usada, junto com a mamografia e pesquisa de outros marcadores tumorais, no acompanhamento da recorrência do cancro em mulheres previamente tratadas para cancro de mama nos estádios II e III.

Os níveis de CA 27.29 também se elevam em casos de cancro do cólon, estômago, rim, pulmão, ovário, pâncreas, útero e fígado. Também podem ser encontrados níveis elevados no primeiro trimestre da gravidez, na endometriose - doença que consiste na presença de células endometriais (células que revestem a parede do útero) em locais fora do útero - cistos ovarianos, doença benigna da mama, doenças renal e hepática não cancerosas.

Por fim, no nosso próximo artigo sobre este tema abordaremos a importância do gene HER-2 no prognóstico do cancro da mama.

Por Germano de Sousa