O documento, apresentado esta quarta-feira (15/03), aponta para um aumento dos custos de 269% num período de dez anos, sendo que o também existe um crescimento significativo do consumo de medicamentos para a diabetes - tal como acontece em toda a Europa -, mas inferior à subida dos custos.

Entre 2006 e 2015, os encargos do Serviço Nacional de Saúde e dos utentes com vendas em ambulatório de insulinas e antidiabéticos não insulínicos aumentaram 269%. “O crescimento dos custos dos medicamentos da diabetes tem assumido uma especial preponderância e relevância (mais 269%) face ao crescimento efetivo do consumo, quantificado em número de embalagens vendidas (mais 66%)”, refere o relatório do Observatório Nacional da Diabetes.

O aumento dos custos e das vendas explicam-se porque, além do aumento da prevalência da doença, subiu o número e a proporção de pessoas tratadas, bem como as dosagens médias utilizadas nos tratamentos. Em 2015, 6,7% da população portuguesa recebiam tratamento de antidiabéticos não insulínicos (ADNI) e insulinas.

Os utentes do SNS têm encargos diretos de 22 milhões de euros com o consumo de ADNI e de insulinas, o que representa 8,4% dos custos do mercado de ambulatório com estes medicamentos no último ano.

Genéricos perderam relevância

Por seu lado, e ao contrário do registado na última década, “em 2015, os genéricos de medicamentos para a diabetes perderam relevância em termos do volume de vendas, medido em número de embalagens”.

Em termos de valor, o mercado de genéricos de medicamentos para a diabetes mantém um papel relativamente residual na despesa com medicamentos. As vendas de tiras-teste de glicemia (sangue), em número de embalagens, têm registado um crescimento muito significativo ao longo da última década: mais 70% entre 2006 e 2015. “O mercado de ambulatório do SNS em 2015 representava um valor global de vendas de 52,6 milhões de euros, o que corresponde a uma despesa para o SNS de 44,7 milhões de euros”, um valor que representa um aumento de 3,4% do valor do mercado de tiras-teste e um crescimento de 3,8% dos encargos do SNS com estes produtos comparativamente ao anterior.

A diabetes matou 12 pessoas por dia em 2015, estando presente em mais de um quarto dos óbitos nos hospitais públicos em Portugal. O número de consultas de diabetes nos centros de saúde diminuiu 12% entre 2014 e 2015, mas aumentaram os doentes sujeitos a rastreio da retinopatia diabética e cresceu também a avaliação dos pés dos diabéticos.

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