Fernando Passos adiantou que o gabinete de psicologia desta força de segurança está, desde 2008, a reavaliar os traços da personalidade dos elementos policiais como forma de prevenir o suicídio, pretendendo-se que esta reavaliação psicológica seja feita aos cerca de 22.000 polícias.

Segundo o mesmo responsável, até ao momento foram reavaliados 2.809 polícias.

Este trabalho está a ser feito nos comandos metropolitanos da PSP de Lisboa e Porto, no comando regional dos Açores e nos comandos distritais de Setúbal, Évora e Portalegre.

Fernando Passos adiantou que está a ser ponderado começar a fazer a reavaliação psicológica nos comandos de Faro e da Madeira.

O chefe do gabinete de psicologia da PSP afirmou que a reavaliação do efetivo é feita de acordo com a disponibilidade e possibilidade em termos de recursos humanos.

“Gostaria muito de dizer que todos os anos faço a reavaliação de 22 mil elementos policiais, seria ótimo, seria a situação desejável, mas obviamente somos confrontados com os meios que temos, e portanto temos que fazer isto à máxima velocidade, mas à velocidade que podemos”, sustentou.

Fernando Passos explicou que a reavaliação psicológica, prevista no plano de prevenção do suicídio das forças de segurança, tem como objetivo “detetar vulnerabilidade em termos de saúde mental”.

O mesmo responsável sublinhou que, na maioria dos casos, não se deteta qualquer problema nos polícias.

Quando se encontra algo, “os polícias ou são encaminhadas para apoio psicológico ou para outros serviços, como saúde”, referiu.

Além deste trabalho junto dos polícias, o gabinete de psicologia faz também uma avaliação psicológica aos novos elementos que entram para a PSP.

Segundo Fernando Passos, este trabalho, composto por provas e entrevistas psicológicas, é feito quando ingressam na PSP, durante o curso e no primeiro ano de serviço.

A avaliação e reavaliação psicológica aos novos polícias, sejam agentes ou oficiais, é obrigatória, realçou, dando conta da importância deste trabalho durante o primeiro ano de serviço.

Desde 2008 que a PSP realiza também cursos de prevenção de suicídio, tendo já frequentado esta formação 6.234 elementos policiais.

Fernando Passos adiantou que estes cursos têm como objetivo “reduzir o estigma para que os polícias percebam que não é vergonha, nem sinal de fraqueza, consultar ajuda especializada quando há um sinal de vulnerabilidade”.