Hugo Abreu e Dylan Araújo da Silva morreram desidratados devido a um golde de calor. A informação está a ser avançada pela RTP esta sexta-feira (28/10), com base nos relatórios das autópsias.

Todas as testemunhas ouvidas confirmaram que os instruendos do curso 127 foram privados de beber agua, escreve ainda a estação de televisão pública.

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Esta tarde ficou-se também a saber que o Exército instaurou um terceiro processo disciplinar a um militar que teve intervenção no Curso 127 de Comandos. Os três processos foram instaurados a dois Oficiais (enfermeiros-militares) e um Sargento.

"Na sequência das averiguações conduzidas pelo Exército, informa-se que foi instaurado pelo Exmo. Tenente-General Comandante das Forças Terrestres um terceiro processo disciplinar a um militar interveniente na instrução do 127.º Curso de Comandos", anuncia o Exército numa nota enviada às redações, na qual especifica que "os três processos foram instaurados a dois oficiais e um sargento".

No dia 20 de outubro, o Exército já tinha anunciado que tinha aberto dois processos disciplinares por terem sido apurados "indícios da prática de infração disciplinar" na sequência do processo de averiguações instaurado no âmbito do 127.º curso de Comandos.

Além do processo de averiguações interno aberto pelo Exército as mortes estão ainda a ser investigadas pelo Ministério Público e pela Polícia Judiciária Militar.

Processo na Ordem dos Médicos continua a decorrer

A Ordem dos Médicos abriu um inquérito disciplinar para averiguar o envolvimento do médico escalado para os exercícios, na sequência dos quais dois militares morreram em setembro e vários receberam assistência hospitalar.

De acordo com o bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, o inquérito disciplinar foi aberto com o objetivo de apurar “a envolvência” de um médico durante o treino do 127.º Curso de Comandos na região de Alcochete, no distrito de Setúbal, que começou a 04 de setembro.

Em causa está a atuação do capitão Miguel Onofre Domingos, médico dos Comandos, que, segundo o Correio da Manhã, terá ordenado a quatro militares que tinham desfalecido para rastejarem até à ambulância.