Conforme falámos anteriormente (Dicas para construir a sua garrafeira para impressionar - Parte I), o local escolhido para armazenar vinho deve ser escuro, ou seja, protegido de luz solar direta e até da iluminação artificial, nomeadamente as luzes fluorescentes – a exposição contínua a qualquer tipo de luz direta pode penetrar a garrafa e alterar significativamente o sabor e o aroma do vinho. Os vinhos brancos são mais sensíveis à luz do que os vinhos tintos, no entanto, ambos devem ser resguardados: se não tiver uma adega, uma despensa ou um armário fechado, guarde as garrafas numa caixa.

Evite guardar garrafas de vinho junto de fontes de calor (em cima do frigorífico ou junto do mesmo, por exemplo) ou muito próximo de electrodomésticos que tenham uma ação vibratória, é desaconselhável para uma garrafa de vinho estar constantemente ou frequentemente sujeita a movimentos e/ou vibrações, pois estas podem contribuir para a alteração e consequente deterioração do vinho. Em conjunto com alimentos ou produtos com aromas fortes é também de evitar.

Temperatura

O armazenamento adequado do vinho também tem de ter em conta uma temperatura o mais constante possível e se existirem flutuações estas devem ser graduais. Embora o vinho tinto seja mais suscetível às flutuações de temperatura do que o vinho branco, a verdade é que quanto mais flutuar a temperatura, maior o risco do vinho envelhecer.

Desfrutar de um boa garrafa de vinho não depende apenas da escolha acertada da marca ou do ano de colheita, mas também depende, e muito, da forma como se armazena o vinho. O local, a posição e a temperatura são todos elementos que se devem ter em conta na hora de armazenar corretamente as suas garrafas de vinho.

O vinho é uma bebida viva, que está em constantes modificações de acordo com o ambiente. Por isso necessita de cuidados especiais no armazenamento.

Vamos lá então preencher a prateleira dos tintos durienses começando por este DUAS QUINTAS Reserva Tinto 2010 que nasceu a partir de uma seleção das uvas provenientes de duas Quintas, Ervamoira e Bons Ares, este vinho foi elaborado com Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinta Barroca. Estagiou 18 meses, 20% do vinho em tonéis de madeira e 80% em barricas novas e daí resultou um aroma intenso de frutos maduros, ameixa, cereja, ginja e notas balsâmicas. Na boca e macio logo à entrada, amplo com taninos aveludados e um final longo e complexo, no mesmo registo aromático.

Vinho duas quintas

Outra quinta emblemática da região é Quinta do Crasto onde se produziu este CRASTO Superior Tinto 2012, um vinho das castas Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz, Sousão e Vinhas Velhas, com excelente expressão e intensidade aromática, onde se destacam frescos frutos silvestres, em perfeita harmonia com elegantes notas de esteva, e suaves especiarias. Na boca tem início fresco, evoluindo para um vinho sério, de excelente volume, e estrutura compacta, onde se destacam taninos redondos e firmes. Termina persistente com agradáveis sensações de frutos silvestres em perfeita integração com especiaria fresca. Vou apostar neste Bife de vaca com manteiga de rábano para este vinho. Hummm! Que luta!

Crasto superior

E lá volto eu a vinhos feitos por mulheres, e que duas! Um vinho feito por duas amigas, Susana Esteban e Sandra Tavares da Silva, enólogas que partilham não só uma relação de amizade mas também uma paixão comum pelo vinho. O CROCHET Tinto 2012 é um vinho elaborado na Região do Cima Corgo do Douro, feito a quatro mãos que traduz de forma fiel o espírito colossal e indomável do Douro.

Vinho Crochet tinto

As castas Touriga Franca e Touriga Nacional e os 18 meses em barricas de carvalho francês produzem um vinho de aroma profundo e complexo a frutos vermelhos maduros. Na boca revela notas de fruta a que se juntam taninos suaves mas presentes. Final muito prolongando.

Desculpem-me a repetição mas Sandra Tavares é uma das mais brilhantes enólogas de Portugal, sendo responsável por alguns dos vinhos portugueses mais premiados internacionalmente!

Sandra e Jorge Serôdio Borges são enólogos e estão casados. Um dia, decidiram produzir vinhos juntos e compraram um velho armazém de vinho do Porto situado em Vale de Mendiz. Nasceu assim a Wine & Soul e o vinho Pintas, uma homenagem ao cão de estimação do casal, um irrequieto pointer. Este PINTAS Tinto 2012 é um vinho de garagem que tem origem numa única vinha com mais de 70 anos, cujas características de terreno e variedade de castas (mais de 30 misturadas) permite extrair vinhos de terroir, marcados e definidos.

Um vinho de aroma complexo associando fruta bem madura com notas florais e minerais. Bastante equilibrado entre concentração de fruta preta, cacau, taninos firmes e boa acidez. Final longo, compacto e muito afinado.

Para este vinho tinha de ser uma grande receita: O melhor rosbife do mundo!!

Vinho pintas

Em Janeiro deste ano a mais conhecida revista americana deu a mais alta pontuação de sempre a um vinho não-generoso português. O Pintas 2011 detém neste momento o recorde, com 98 pontos.

Estas pontuações confirmam a excelência da colheita de 2011 no Douro, tantos nos tintos como no Vinho do Porto.

José Faria
Sommelier OUT OFF THE BOTTLE

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