"A surdez nasce quase sempre com a criança ou surge pouco tempo depois do seu nascimento", começa por explicar a especialista Luísa Monteiro. Esta "pode ocorrer como complicação de uma infeção adquirida pela mãe durante a gravidez ou no caso dos grandes prematuros, pois os vários tratamentos realizados para salvar o bebé podem também ter efeitos secundários na audição da criança", revela Luísa Monteiro, coordenadora da Unidade de Otorrinolaringologia do Hospital Lusíadas Lisboa.

Após o nascimento do bebé, a médica esclarece que o diagnóstico é muito simples: "antes da alta da maternidade, as crianças são sujeitas a um rastreio realizado com uma tecnologia que consegue captar os sons que os ouvidos normais emitem e, em poucos segundos, perceber se o ouvido interno da criança é normal ou se é necessário realizar mais exames para obter o diagnóstico".

E acrescenta: "Há casos em que a surdez se desenvolve mais tarde e por isso nós alertamos sempre todas as pessoas que vivem à volta da criança, ou seja, os pais, avós, pediatras e professores, para estarem atentos aos sinais de alarme. Entre os sintomas mais comuns temos o atraso da aquisição da linguagem, o isolamento social e escolar das crianças e a agressividade na interação com os seus pares".

"Os avanços no tratamento da surdez têm sido notórios. Temos o exemplo da reabilitação auditiva, das próteses auditivas, da cirurgia de reconstrução da audição e os implantes cocleares que já permitem que as crianças adquiram competências linguísticas e façam uma vida perfeitamente normal", conclui.

A prevenção ao longo da vida inclui regras básicas que podem ajudar a preservar a audição: evitar a exposição a ruídos intensos, como discotecas ou utilização de headphones, tratar corretamente as infeções e não descurar da higiene dos ouvidos.

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