É uma das doenças que mais assusta os pais de bebés e crianças pequenas. A meningite pode ser causada por inúmeros micro-organismos.

 

Os vírus são os agentes mais frequentes, no entanto, a meningite de causa bacteriana, que é menos frequente, constitui uma emergência médica que exige acompanhamento médico imediato.

 

Todos os anos, são várias as notícias divulgadas nos meios de comunicação social que relatam casos com desfechos nem sempre felizes, uma vez que a meningite bacteriana pode ser fulminante e fatal. Com o Plano Nacional de Vacinação atualmente em vigor, a incidência de meningite pela bactéria Haemophilus influenzae tipo b diminuiu sendo o Streptococcus pneumoniae e a Neisseria meningitidis as bactérias mais frequentes.

 

Filipa Flor de Lima, médica interna de Pediatria na Clínica Médica de Matosinhos e na Dermo Korpus, salienta a importância da vacinação contra o Streptococcus pneumoniae, que ainda não é abrangida pelo Plano Nacional de Vacinação.

 

A meningite corresponde a uma inflamação das membranas que envolvem o cérebro e a medula espinal. Geralmente, começa no nariz e na garganta, mas pode espalhar-se para outras partes do corpo, incluindo a pele, os ouvidos, os pulmões, as articulações e as membranas que revestem o coração, a medula espinal e o cérebro.

 

Esta doença pode manifestar-se na sequência do contato recente com alguém com meningite ou no seguimento de uma infeção recente, nomeadamente respiratória ou do ouvido. Esses estão, no entanto, longe de ser os únicos fatores de risco.

 

Nessa lista incluem-se também «os traumatismos penetrantes da cabeça, a saída de líquido céfalo-raquidiano pelo nariz ou pelos ouvidos, a realização de procedimentos neurocirúrgicos recentes, doenças que afetam o sistema imunitário ou deslocações recente para áreas endémicas como, por exemplo, a África Sub-Sariana», refere Filipa Flor de Lima. A evolução é variável, desde um e vários dias.

 

Nas crianças mais pequenas, a meningite pode manifestar-se por febre, falta de apetite, vómitos, irritabilidade, prostração, choro gritado, abaulamento da fontanela anterior (também conhecida por moleirinha) ou convulsões. Nas crianças maiores podem surgir sintomas como febre, náuseas ou vómitos, dor de cabeça, rigidez ou dor do pescoço, intolerância à luz ou ao barulho, prostração, alteração da consciência ou convulsões.

Em qualquer faixa etária podem surgir manchas no corpo que não desaparecem quando se pressiona uma superfície transparente contra a pele, «como por exemplo, um copo», alerta.

No entanto, para acabar com todas as dúvidas, só depois de realizadas análises ao líquido céfalo-raquidiano (que se extrai através de uma picada nas costas com uma agulha) se conseguirá obter um diagnóstico definitivo. «Por vezes não é possível isolar qualquer agente», ressalva Filipa Flor de Lima.

O prognóstico depende da causa e da gravidade da infeção. Existe uma elevada morbilidade e mortalidade, principalmente se a meningite for de causa bacteriana e não tratada atempadamente.

Apesar da maioria das crianças com meningite vírica ter uma recuperação total, podem surgir sequelas neurológicas como surdez ou convulsões. Se suspeita que o seu filho possa ter meningite, leve-o de imediato ao hospital para ser observado por um médico ou ligue para o 112.