Todos os anos, sem exceção, a história repete-se em milhares de casas, de norte a sul do país. Em dezembro, são muitos os pedidos. Depois da passagem do Pai Natal ou do Menino Jesus, conforme os casos e as crenças, amontoam-se os presentes, muitos deles abandonados ainda dentro das embalagens vazias. Esta imagem é-lhe certamente familiar, não concorda? Mas fará este excesso tão típico dos dias de hoje bem às crianças? O psicólogo Eduardo Sá responde.
Qual o melhor presente que os pais podem oferecer às crianças neste Natal?
O melhor brinquedo são os pais. São ergonómicos, não se partem em pequenas peças quando caem no chão, têm cantos arredondados, podem meter-se na boca e todas aquelas coisas ótimas que só os brinquedos de exceção conseguem ter.
Os pais devem ceder aos pedidos dos filhos nesta época?
Empanturrar as crianças com brinquedos é torná-las obesas, não lhes dar espaço para brincar. Não é por terem muitos brinquedos que as crianças são felizes. São-no sim se brincarem muito. E não são as crianças que têm mais brinquedos que têm melhor brincar.
Os pais devem, sobretudo, perceber que as crianças não acreditam no Pai Natal. Elas fazem esta condescendência aos adultos por ser uma das únicas alturas do ano em que eles parecem ter os pés na terra e a cabeça na lua.
Então, nesse caso, por que é que as crianças escrevem ao Pai Natal?
É uma maneira elegante de dizerem aos pais para se orientarem... [sorriso]
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