Carlos Avilez morreu esta madrugada de quarta-feira, aos 84 anos. O encenador sofreu uma paragem cardiorrespiratória no Hospital de Cascais, segundo informa um comunicado enviado às redações pelo Teatro Experimental de Cascais, que Avilez ajudou a fundar.

O encenador deu entrada na unidade hospitalar em causa na terça-feira, com uma indisposição, e viria a falecer perto das 02h00 da madrugada de hoje, detalha a agência Lusa.

"O TEC está muito consternado com o falecimento desta figura notável do teatro. Ele estava com a saúde fragilizada, mas continuou sempre com muita vontade de trabalhar, porque ainda encenou a peça 'Electra', que estreou a 18 de novembro", segundo a mesma fonte.

Esta última peça encenada por Avilez, a partir da trilogia 'Electra e os fantasmas', de Eugene O'Neill - a 177.ª produção do Teatro Experimental de Cascais - estreou-se no auditório Academia Artes do Estoril, no Monte Estoril, Cascais, a 18 de novembro, e ficará em cena até 17 de dezembro.

Carlos Vitor Machado, mais conhecido por Carlos Avilez, nasceu em 1937 e estreou-se profissionalmente como ator em 1956, na Companhia Amélia Rey Colaço - Robles Monteiro, onde permaneceu até 1963. Foi também presidente do Instituto de Artes Cénicas, diretor do Teatro Nacional D. Maria II e diretor do Teatro Nacional de S. João.

Dedicou toda a sua vida ao teatro, com particular destaque para o trabalho que desempenhou no Teatro Experimental de Cascais, que completou 58 anos de existência no passado dia 13 de novembro.

Trabalhou em França com Peter Brook e na Polónia com Jerzi Grotowsky, e, além de teatro, encenou várias óperas entre as quais 'Carmen', 'Contos de Hoffmann', 'As Variedades de Proteu', 'O Capote', 'Inês de Castro', 'O Barbeiro de Sevilha' e 'Madame Butterfly'.

Foi agraciado com a Ordem do Infante D. Henrique em 1995 e com as Medalhas de Mérito Municipal da Câmara Municipal de Cascais, de Mérito Cultural da Secretaria de Estado da Cultura e da Associação 25 de Abril.

O vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais, Miguel Pinto Luz, foi a primeira figura pública a reagir à morte de Carlos Avilez. Através do Facebook, deu conta da triste notícia e destacou que esta morte significa também "perder um pedaço da alma de Cascais e do teatro português".

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