Consegui poupar, vale a pena investir em fundos?
O dinheiro não se multiplica, parado no porquinho mealheiro créditos: Pixabay

Quem tem uma conta bancária, e algumas poupanças, já ouviu, certamente, falar de Fundos de Investimento. Os retornos obtidos podem ser aliciantes mas, antes de decidir investir, convém olhar com muita atenção para o orçamento familiar.

A maior parte dos portugueses tem níveis de poupança muito baixos e, de acordo com os últimos dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a poupança é a mais baixa dos últimos 20 anos.

Por isso, o primeiro passo a dar será na direção de um plano de poupança familiar. Sem poupar, não tem como investir. São coisas diferentes, mas uma depende da outra. E as duas precisam de um bom plano para funcionar.

A imagem típica da poupança é o porquinho mealheiro que, idealmente, só se abre quando partido. Esta associação não é um acaso. Poupar implica disciplina, método e um controlo eficaz do orçamento familiar. Quanto e onde se gasta o dinheiro que entra para o orçamento?

Um fundo de investimento permite atingir rendibilidades mais elevadas de forma rápida e eficaz.

A melhor forma de fazer este controlo, e tornar a tarefa menos enfadonha, quase um jogo, será a utilização de um software de gestão do orçamento familiar. Se todos os membros da família participarem nesta tarefa de forma regular, mais eficaz será.

Depois de feito o balanço, entre aquilo que se ganha e os gastos, deve olhar para as despesas supérfluas mensais que podem ser eliminadas. Idealmente, se tiver as contas equilibradas, vai conseguir poupar, nem que seja um euro. Mas, se costuma ir gastando sem controle, verá a surpresa que tem depois de analisar o balanço.

Onde aplicar as poupanças?

Feitas as contas, surge a questão: o que vou fazer com este valor?

Tudo depende do montante em causa e da rapidez do retorno que pretende mas dinheiro parado, sem estar a render juros, não vai crescer. É nesta fase que deve contar com a ajuda de um especialista em investimentos. O gestor de conta do seu banco será a pessoa ideal para o ajudar.

Dependendo dos montantes, do perfil de risco que quer assumir (sim, investir implica algum risco), pode decidir por aplicar as poupanças num Fundo de Investimento.

Os retornos dependem do nível de risco (quanto maior o risco, maior será a possibilidade de rendimento) e, quando feitos de forma responsável, por quem sabe, possibilitam ganhos mais rapidamente. O profissional de investimento, a entidade gestora do fundo, irá juntar o seu dinheiro ao de outros investidores, de forma a optimizar o seu rendimento. Claro, que esta intermediação terá um custo, com base nos ganhos obtidos.

Contudo, é preciso não esquecer que, salvo algumas exceções, os fundos de investimento não garantem rendimento, nem o reembolso do capital investido. Esta regra é válida mesmo para os fundos à partida pouco arriscados, como os de tesouraria. Por isso, se decidir investir neste instrumento financeiro para rendibilizar o seu dinheiro, é muito importante diversificar a aplicação.

Um fundo de ações, por exemplo, é sempre mais arriscado do que um fundo de tesouraria. Ou seja, é maior o risco ao investir em ações do que em depósitos a prazo. Mas o retorno é inversamente proporcional.

No entanto, quando feito de forma planeada, permite atingir rendibilidades mais elevadas.

As vantagens dos Fundos de Investimento

Qualquer pessoa pode decidir investir em Fundos de Investimento mas, não sendo um perito, o risco aumenta substancialmente. Por isso, a atitude mais correta será delegar no gestor bancário esta tarefa de investimento.

Através deste instrumento financeiro tem a possibilidade de investir em mercados que normalmente estão vedados a profissionais ou clientes com elevada capacidade financeira.

Além disso, a diversificação em mercados e ativos diferenciados, oferece mais garantias já que retira da equação o risco de colocar o dinheiro todo no mesmo pote.

De forma resumida, deve discutir com o gestor de conta a forma de aplicar o seu dinheiro, esclarecendo todas as dúvidas. Tem de estar consciente que, por exemplo, um fundo que ao dia de hoje apresenta uma rendibilidade de 50%, poderá registar perda ou ganho do capital investido no dia seguinte. E esta incerteza tem de estar presente e pesar na decisão do investidor.

Premissas básicas de um investimento

  •  Antes de concretizar um investimento certifique-se que está na posse de todos os riscos assumidos
  •  Defina a quantia a investir e as expectativas de retorno
  •  Mantenha sempre uma conta segura, sem riscos, com um montante de poupança para emergências
  •  Aposte sempre na diversificação dos investimentos. “Se deixar tudo no mesmo pote, perde tudo se o pote partir”.
  •  Defina o período de tempo em que pode ter o dinheiro aplicado nos investimentos selecionados
  •  Procure o apoio de instituições credenciadas e de profissionais especializados
  •  Discuta com o seu gestor o os termos do tipo de produto, prazo, montantes e sectores onde quer investir