Nasceu no Rio de Janeiro, no Brasil, no dia 15 de março de 1978. Aos 17 anos, descobriu a produção num espetáculo da Disney e, desde aí, nunca mais parou.

Pelo meio, Roberta Medina concluiu uma licenciatura em comunicação social e continua a dizer que não sabe como lhe deram tanta responsabilidade aos 21 anos, quando produziu o seu primeiro Rock in Rio.

A empresária e organizadora de eventos vive entre Portugal e o Brasil desde 2003. Casada com o produtor português Ricardo Acto, tem uma filha. «Desde pequena que estava na produção das festas em casa e na escola, mas nunca tinha pensado em trabalhar nessa área», admite.

O que se pode esperar da edição de 2014 do Rock in Rio Lisboa?

Comemoramos dez anos e vamos fazer uma edição muito especial. Já temos vários nomes confirmados [Arcade Fire, Queens of Stone Age, Linkin Park, Robbie Williams e Justin Timberlake, entre outros] e a Rock Street será renovada.

E há alguma banda ou artista que quisesse muito trazer a Lisboa?

O Robbie Williams. Mas já conseguimos. É o concretizar de um sonho!

Em 2015, o Rock In Rio estreia-se nos Estados Unidos da América. Que outros países gostariam de conquistar?

China, Qatar e Dubai. Queremos fazer uma cidade do rock com animação permanente, que inclua centros comerciais e hotéis e talvez possa acontecer num desses países.

Uma das vossas imagens de marca é a vertente social do Rock in Rio. É para manter?

Claro. Usamos o mediatismo do Rock in Rio, que queremos que seja a maior marca de música do mundo, para chamar a atenção para causas que não têm tanto impacto. Até hoje, doámos 17 milhões de euros, sempre a uma causa diferente.

Qual é o passo seguinte na sua carreira?

Quero fazer muitas outras coisas. Interesso-me muito por turismo de cidade e gostava de fazer alguma coisa nessa área, tal como nas artes plásticas, em projetos sociais e gostava de voltar a trabalhar com a Disney. É um mundo mágico!

Ao longo da sua carreira, sentiu alguma dificuldade por ser mulher?

Tive duas situações muito idiotas, uma no Brasil e outra em Espanha. Na primeira, um senhor tentou seduzir-me durante uma reunião. Mas a segunda foi mais hilariante. Marquei um almoço com um engenheiro e, cada vez que eu lhe fazia uma pergunta, ele não me respondia a mim, mas sim ao Valter, o engenheiro da nossa equipa que foi comigo. Puro machismo!

É fácil conciliar a vida profissional e pessoal?

Era até a Lua [filha] nascer. A edição do Rock in Rio, em 2013, foi uma tortura e ainda não encontrei o ponto ideal mas sei qual é, passa por fazer um horário mais reduzido. Já não dá para fazer como fiz em 2001, em que durante nove meses não fiz mais nada além de trabalhar.

3 regras essenciais para triunfar na carreira profissional:

- A autenticidade é fundamental, mesmo que a única coisa que tenha para dizer seja «Não sei».

- Transparência para gerar confiança nas pessoas com quem se trabalha, porque as empresas são as pessoas.

- Trabalhar com paixão é essencial qualquer que seja a área de trabalho.

Texto: Rita Caetano