Se lhe disséssemos que os vegetarianos são mais inteligentes que os demais iria pensar
que tal afirmação só poderia ser proferida, a título
de gabarolice, por um amante de alface, nabiças e afins.

Pois bem, não é nada disso. Um estudo publicado no British Medical Journal revelou que apesar de os vegetarianos não serem,
inatamente, mais inteligentes que os adeptos de dietas
que incluem carne, o facto de ingerirem vegetais e fruta a título permanente poderá optimizar o funcionamento do seu cérebro. Em termos práticos, de acordo com a pesquisa realizada, os vegetarianos obtêm mais cinco pontos nos testes
de QI quando comparados com os apreciadores de animais
(no prato).

No entanto, outros investigadores sugerem que a explicação para esta sobredotação verde é inversa. As pessoas muito inteligentes tendem a preocupar-se mais com o bem-estar dos animais e, por outro lado, a considerar os benefícios da alimentação vegetariana para a sua saúde, passando
à acção.

Se não quer converter-se ao vegetarianismo. mas quer tornar-se ainda mais inteligente para ter uma mente brilhante. Se já é vegetariana, mas quer bater
os recordes nos testes de QI ou, simplesmente, se acha que exercitar o cérebro é saber viver, junte-se a nós.

Alimentar a mente

O nosso cérebro consome mais de 20 por cento do oxigénio e nutrientes
que ingerimos. Assim, aquilo que comemos vai interferir no funcionamento do cérebro e de processos mentais como a memória
e a concentração.

Minerais como o fósforo, zinco e magnésio
e vitaminas como a A, C, D, E e do complexo B estimulam a actividade cerebral. Fundamentalmente, o tipo de alimentação pró-cérebro é aquela que é diversificada, equilibrada e abundante
em vegetais e fruta de cores variadas.

Inclua também na sua dieta
ovos e lacticínios, cereais integrais, leguminosas e alimentos ricos
em ácidos gordos essenciais, como nozes, amêndoas e alguns peixes de água fria como o salmão, o atum, cavala, halibute (peixe achatado parecido com a solha).

Os ácidos gordos essenciais parecem
ter uma influência crucial nos neurotransmissores cerebrais, ajudando as células a comunicarem entre si.

Outra medida importante
para o bom funcionamento cerebral é fazer pequenos lanches entre as refeições principais e nunca estar mais de três horas em jejum,
mantendo os níveis de energia estáveis. Troque o café pelo chá, pois este último é rico em antioxidantes, tem igualmente um efeito estimulante e é mais saudável.

Veja na página seguinte: Como o cérebro gere as emoções

Aprender em movimento

Hoje em dia, sabe-se que um cérebro adulto continua a produzir neurónios, de forma contínua, ao longo da vida.

Pensa-se que esse fenómeno (neurogénese) decorra, principalmente, no hipocampo, uma área do cérebro responsável por gerir a aprendizagem, a memória
e as emoções.

O exercício físico desempenha um papel muito
importante para que os neurónios se renovem, até porque não constitui novidade que existe uma correlação estreita entre o bem-estar físico e mental. Praticar uma actividade física fornece uma maior quantidade de oxigénio ao cérebro, alimentando os neurónios
e reduzindo os níveis de stress que os põem em perigo.

Quanto à modalidade mais amiga do cérebro, julga-se que
os exercícios aeróbicos de intensidade moderada serão os mais adequados,
ao provocarem a libertação de hormonas e neurotransmissores
envolvidos em vários processos cognitivos.

Escolha uma
actividade física de que realmente goste e que seja compatível com a sua agenda (para que não acabe por desistir). Habitue-se a andar mais a pé e a preferir as escadas ao elevador. Ao fim de semana, seleccione
actividades físicas que possam ser realizadas em família ou com amigos.

Use it or lose it

Perto de cinco milhões de americanos sofrem
de doença de Alzheimer e estima-se que, em 2050, este número venha a triplicar.
Também em Portugal esta patologia
tem vindo a ganhar terreno.

O que talvez não saiba é que a ciência tem tentado
demonstrar que o efeito do ambiente desde a infância, da formação académica, de uma carreira satisfatória e de hobbies estimulantes,
assim como um estilo de vida
saudável, podem ser armas preventivas poderosas contra as doenças neurodegenerativas
(como a doença de Alzheimer, Parkinson e Huntington).

Quando surgem novos neurónios no cérebro, o local onde se vão estabelecer e o tempo que vão sobreviver depende do uso que lhes damos, o que se pode traduzir
na célebre expressão «Use it or lose it».

Isto não significa que tem de fazer mil palavras-cruzadas de seguida para assegurar que os neurónios não morrem, mas sim estimular continuamente o seu cérebro com novos desafios.

Veja na página seguinte: Os suplementos nutricionais a que pode recorrer

ESFORÇOS NUTRICIONAIS

Embora ainda em estudo, alguns suplementos
parecem
promissores no combate aos efeitos do envelhecimento
cerebral:

Suplementos de ómega 3

Estes ácidos gordos essenciais agem sobre os neurotransmissores cerebrais,
ajudando as células a comunicarem mais eficazmente
entre si.

Enquanto alguns especialistas
aconselham a toma de suplementos de DHA (ácido docosahexaenóico), as pesquisas
têm-se concentrado mais no óleo de peixe que contém DHA e EPA (ácido eicosapentaenóico).

Suplementos de ácido fólico

Um estudo publicado no The Lancet revelou que a suplementação
com ácido fólico (a versão sintética do folato,uma vitamina
hidrossolúvel do complexo B) demonstrou ser eficaz no melhoramento
da função cognitiva em adultos.

Apesar dos especialistas
ainda não terem a certeza de que tomar um suplemento de ácido fólico pode adiar ou prevenir
o aparecimento de doenças
neurodegenerativas, tomá-lo não é perigoso, pois o ácido fólico
é hidrossolúvel e, se ocorrer um excesso, este é expulso pelo organismo.

Suplementos de vitamina C e E

Uma pesquisa recente apurou que idosos que tomavam doses elevadas das vitaminas antioxidantes
C e E apresentavam entre
64 a 78 por cento menos probabilidades
de terem doença de Alzheimer. Ao escolher um suplemento
nutricional de vitamina E, opte por uma versão que contenha
tocoferóis mistos naturais.

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