Possivelmente já se sentiu perdido e impotente! Nada pior do que querer ajudar alguém e sentir que essa pessoa continua a afastar-se. Deixamos aqui algumas estratégias para o ajudar a dar apoio a quem precisa, sendo que a ajuda especializada não pode ser descurada.
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Há erros e mal-entendidos que se cometem e, por isso mesmo, é fundamental que pesquise e fique a saber o mais que puder sobre esta matéria. A ideia não é ser um substituto de um médico, mas sim ser alguém que compreenda e seja mais um apoio.
A depressão não se manifesta de forma igual e tem os seus sintomas em lugares recônditos, quase que como mascarados. Há pessoas que continuam a rir e a transparecer que está tudo bem, mas não pode assumir que já está curada. Tem de ter em conta que, até para quem esteja neste estado, os inputs e outputs de sintomas não são percetíveis.
Cuidar de si
Quando se está a lidar e a ajudar alguém de quem gostamos e lidamos muito, isto pode ser um turbilhão de emoções: ansiedade, desespero, frustração, entre outros,... É fundamental que também não se concentre a 100% nessa pessoa, uma vez que o pode afetar a si! Faça algumas pausas, descanse, peça ajuda a outras pessoas próximas, continue a fazer a sua vida, etc... não ignore o que o seu corpo e mente também precisam. Não se esqueça que se não estiver bem consigo nunca poderá ajudar outra!
Dar apoio
Mais do que as palavras... aja! Ou por falta de conhecimento ou falta de saber o que dizer, mais vale mostrar o seu apoio através de gestos diários: enviar mensagens escritas motivacionais, convidar para o cinema, jantar, futebol, etc., ajudar numa tarefa mais complicada, ajudar a levar as crianças à escola, ajudar na preparação do jantar, passear num jardim, enfim,... o sair de casa pode ser custoso de início, mas servirá como lufada de ar fresco e trava o caminho do isolamento. Não obstante, aja com naturalidade e tente criar tempo de qualidade juntos, isto é, façam coisas juntos de forma normal e natural e, preferencialmente, de forma otimista. A pessoa deprimida tem de ficar a sentir que você está lá para ela, que ela é importante para si, que vai ajudá-la a ficar melhor e estará lá para algo que ela precise. Mostre empatia, dê abraços e carinho e, em caso de dúvida, pergunte sempre como pode ajudar.
Não minimize a questão
Muitas pessoas adotam a postura de não dar grande importância ao assunto achando que estão a ajudar. Frases como “não és só tu quem tem problemas”, “vá, isso passa, tens de seguir em frente” ou até mesmo “porque é que te incomoda? És muito sensível!” têm de ser cortadas dos diálogos. Este género de coisas é o mesmo que dizer que a pessoa está com problemas na sua personalidade ou de braço partido. Muito menos comparar o estado da pessoa em questão com a de outra conhecida ou consigo mesmo, caso tenha sido o caso. Deve ter em conta que quem está a sofrer não consegue perspetivar melhorias, cada caso é um caso e o sofrimento é diferente de pessoa para pessoa. Tem de estar ciente que está perante um transtorno psicológico que pode atingir proporções muito graves.
Outra das atitudes adotadas é julgar ou criticar, mesmo inconscientemente e/ ou achando que lhe vai transmitir algum tipo de força por lidar dessa forma. Não empregue expressões tipo “há pessoas em pior estado que tu!”, “tens de ver o lado positivo das coisas” ou mesmo “se te levantasses da cama e fizesses alguma coisa ias sentir-te melhor”. A leitura de uma pessoa deprimida é que, para além do tom ser depreciativo, é que ela própria está a escolher ficar deprimida. O resultado disto só vai fazer com que se isole mais!
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