A vaginose bacteriana não é uma doença sexualmente transmissível. Porém, é a infeção mais comum na vagina das mulheres, superando a candidíase vaginal e a tricomoníase.

Esta infeção é causada por um crescimento anormal de bactérias na vagina, devido geralmente a desequilíbrios na sua flora, o que leva à alteração do corrimento vaginal, nomeadamente na sua cor (que passa a ser acinzentada) e principalmente ao nível do seu cheiro.

A vaginose bacteriana afeta uma em cada três mulheres ao longo da sua vida. Apesar de metade das mulheres infetadas não apresentar quaisquer sintomas e, consequentemente, não seguir nenhum tratamento para o problema em particular,  «a vaginose bacteriana pode levar a problemas de saúde mais graves», alerta Stam Poupalos, médico da clínica online 121doc.

«Aumentando o risco de transmissão de doenças sexualmente transmissíveis e tendo consequências particularmente graves nas mulheres grávidas e aumentando o risco de aborto, parto prematuro e infeção uterina após o parto», alerta mesmo o especialista.

Causas

Numa vagina saudável, é normal estarem presentes bactérias, nomeadamente Lactobacillus, que ajudam a proteger contra infeções. No caso da vaginose bacteriana, a vagina é infetada por bactérias anaeróbias (sobrevivem sem oxigénio), incluindo a Gardnerella que leva a um odor característico e desagradável. Este desequilíbrio bacteriano pode dever-se ao uso de sabonetes ou géis de banho agressivos, ao uso do dispositivo intra-uterino, mais conhecido como DIU, como método contraceptivo e ao uso de desodorizantes  vaginais.

Apesar de não ser uma doença sexualmente transmissível e de não estar provada a transmissão da doença por parte da mulheres a parceiros sexuais masculinos, esta é mais comum nas mulheres com mais de um parceiro sexual ou com um novo parceiro sexual, que fumam e/ou que têm sexo com outras mulheres.

Sintomas da vaginose bacteriana

Apesar da maioria das mulheres
não apresentar sinais, o sintoma mais frequentemente notado é uma
alteração no corrimento vaginal sem áreas de irritação, nomeadamente na
sua consistência, podendo este apresentar-se mais fino e aquoso, com
alteração de cor entre o branco e o acinzentado e cheiro desagradável,
especialmente após as relações sexuais.

Outros sintomas podem incluir
dor durante o sexo e ao urinar, bem como pequenas hemorragias na vagina.

Tratamento e comportamento preventivo

Apesar
dos sintomas não se apresentarem em todas as mulheres e de nem sempre
ser necessário tratamento, é importante fazer o despiste em relação a
doenças sexualmente transmissíveis que possam ter consequências mais
graves. A candidíase vaginal e a clamídia são o exemplo de duas infeções
(a primeira por fungos e a segunda de origem bacteriana) que alteram
tal como a vaginose bacteriana a consistência do corrimento vaginal.

As
alterações no equilíbrio vaginal podem ser gradualmente ultrapassadas
com o passar do tempo, especialmente se os sintomas forem ligeiros ou se
não se apresentarem sintomas de todo. Contudo, em situações mais
específicas como no caso do sistema imunitário comprometido, gravidez ou
numa exacerbação dos sintomas, que torne a infeção muito desconfortável
para a mulher, pode recorrer-se à administração de antibióticos como o
Metronidazol para a eliminação da infeção.

A maioria dos
episódios de vaginose bacteriana, apesar de algumas causas conhecidas,
aparece sem motivo aparente, pelo que não é possível a sua prevenção.
Contudo, podem ser adoptados alguns comportamentos preventivos que
ajudam a reduzir o risco de infeção, tal como evitar lavar demasiadas
vezes a vagina, usar produtos de higiene que possam interferir com o pH
vaginal (como sabonetes perfumados ou espumas de banho) e usar
detergentes agressivos na lavagem da roupa interior.

Texto: Clínica 121doc