Traduzida à letra, quiroprática significa «manualmente eficaz» e assenta no pressuposto de que o corpo tem uma enorme capacidade de autocura e a nossa estrutura física e as suas funções estão intimamente ligadas. O seu principal objetivo é, pois, a regularização da relação que existe entre a estrutura e o funcionamento corporal, restabelecendo o desempenho normal da coluna e do sistema musculo-esquelético.É usada em situações de dores nas costas, musculares, resultantes da prática desportiva, entorses, rigidez dos membros e asma.

O terapeuta recorre a radiografias, observação e palpação, para analisar o paciente, e o seu método assenta na manipulação, especialmente na região da coluna vertebral (com vista ao ajustamento das vértebras) e músculos, assim como mobilizações das articulações. Pode ainda envolver técnicas e tratamentos à base de gelo, calor, estimulação elétrica e ultrasons, entre outros.

Os riscos que encerra

Esta terapia não pode ser aplicada em indivíduos que sofram de patologias do foro ósseo (como osteoporose ou artrite reumatóide), de problemas resultantes da pressão na medula espinal ou de alterações graves a nível sanguíneo. Por outro lado, como refere a obra «Terapias Complementares e Alternativas», existe o risco (ainda que baixo) de a artéria vertebral (que irriga o tronco cerebral) ficar comprimida na sequência da manipulação das vértebras cervicais. Em consequência disso, a irrigação cerebral é afetada e a pessoa pode sentir alterações ao nível da linguagem, visão, paralisia e, em casos extremos, falecer.

As descobertas da ciência

Existem dezenas de estudos realizados sobre a sua eficácia, mas os dados não são conclusivos. Segundo o National Center for Complementary and Alternative Medicine (NCCAM), sabe-se que os pacientes que recorrem a esta terapia apresentam melhores resultados que aqueles que não se sujeitam a qualquer tipo de tratamento.

No entanto, os seus efeitos não são melhores no caso de quem procura outras técnicas, como massagens terapêuticas. A eficácia da quiroprática em relação às dores nas costas é ainda incerta, mas paralelamente alguns estudos sugerem que pode atenuar dores de cabeça, de pescoço e ciática.

Texto: Nazaré Tocha