De um modo geral, os medicamentos que se destinam a aliviar os sintomas de constipações possuem uma composição complexa, isto é, possuem mais do que uma substância activa.

Os mais comuns possuem uma substância com propriedades analgésicas e antipiréticas (para a febre), uma substância anti-histamínica (antialérgica) e uma substância descongestionante nasal.

O analgésico antipirético destina-se a aliviar as dores corporais e a febre que podem acompanhar a constipação, o anti-histamínico alivia a rinorreia (corrimento nasal), sintoma habitual na constipação, e o descongestionante alivia a congestão nasal, vulgarmente designado por «nariz tapado ou entupido».

Acontece que este descongestionante alivia a congestão nasal pelo seu efeito vasoconstritor, o que, por consequência, pode ocasionar aumento da pressão arterial.

Nestas condições, os medicamentos que possuem vasoconstritores para aliviar a congestão nasal não devem ser tomados por doentes hipertensos, dado o risco de descompensarem a pressão arterial, isto é, o doente pode apresentar aumento da pressão arterial mesmo que mantenha o seu tratamento habitual.

Assim, recomenda-se que um doente com hipertensão não tome medicamentos para a constipação que possuam o vasoconstritor.

Texto: Maria Augusta Soares (professora na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa)