A síndrome do pânico ou transtorno de pânico é uma enfermidade em que há crises de ansiedade inesperadas e intensas, causando um grande medo e desespero em quem as têm. É comum que quem sofre dela tenha a impressão de que irá morrer por ataque do coração, uma vez que os sintomas relacionados são taquicardia, tonturas, suor, falta de ar, formigueiro, dores no estômago e náuseas. Pessoas que são diagnosticadas com síndrome do pânico sofrem não somente durante as crises, mas também no intervalo que há entre elas, por medo de passar novamente pela experiência, uma vez que não há como prevenir ou saber quando ocorrerão novamente.

Quais as causas?

As causas exatas da síndrome do pânico são desconhecidas, embora a ciência acredite que um conjunto de fatores possa desencadear o desenvolvimento deste transtorno, como:

Genética;

Stresse;

Temperamento forte e suscetível ao stresse;

Mudanças na forma como o cérebro funciona e reage a determinadas situações;

Alguns estudos indicam que a resposta natural do corpo a situações de perigo esteja diretamente envolvida nas crises de pânico. Apesar disso, ainda não está claro por que esses ataques acontecem em situações nas quais não há qualquer evidência de perigo iminente.

Que diferença existe entre ansiedade normal e a que caracteriza a síndrome do pânico?

Sabemos que a ansiedade é um estado natural ao ser humano. Sofremos com o trânsito, com a correria do dia-a-dia, os prazos para a entrega de trabalho, os filhos, as contas no final do mês. São comuns momentos em que há dificuldades para dormir na véspera de um dia importante ou uma entrevista de emprego. Essa ansiedade, apesar de incómoda é também positiva, quando em um contexto, para que nos esforcemos mais e consigamos melhores resultados. Já a ansiedade patológica é desproporcional ao contexto em que ocorre, e tão intensa e repetitiva que prejudica a vida social, profissional e pessoal de quem a tem. O coração disparado, o medo, a boca seca e o suor seriam esperados se estivéssemos em um assalto, porém não quando em casa ou em um aniversário de amigos. Na verdade bastam 30 segundos para o paciente que estava a sentir-se bem, ser tomado pelos sintomas descritos, acompanhado da sensação de que algo trágico irá acontecer como a morte ou o enlouquecimento.

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Fatores de risco

As crises de síndrome do pânico geralmente começam entre a fase final da adolescência e o início da idade adulta. Apesar disso, podem ocorrer depois dos 30 anos e durante a infância, embora no último caso ela possa ser diagnosticada só depois da criança já estar mais velha. A síndrome do pânico costuma afetar mais mulheres do que homens e pode ser desencadeada por alguns fatores considerados de risco, como:

Situações de stress extremo;

Morte ou adoecimento de uma pessoa próxima;

Mudanças radicais ocorridas na vida;

Histórico de abuso sexual durante a infância;

Ter passado por alguma experiência traumática, como um acidente;

Algumas pesquisas indicam que se um gémeo idêntico tem síndrome do pânico, o outro gémeo também desenvolverá o problema em 40% das vezes. Pode acontecer, no entanto, de a doença se manifestar sem que haja histórico familiar dela.

Como tratar a síndrome do pânico?

A melhor maneira de tratamento da síndrome do pânico seria a combinação entre medicamentos e psicoterapia. É comum que pacientes com o diagnóstico façam uso de medicamentos para controle dos sintomas como a ansiedade, a falta de sono e a depressão. Já a psicoterapia agiria na procura pela causa que levou o paciente ao desenvolvimento deste quadro clínico e com isso seu controle. Para além de ajuda profissional, é importante que o paciente também se mantenha ativo na cura da sua doença. Atividades como ioga e meditação auxiliam na diminuição da ansiedade e no controle desta. Outros benefícios poderiam ser pensados como o relaxamento de preocupações excessivas e postura competitiva, e controle de atitudes agressivas perante o mundo.

O desporto e os exercícios físicos, além de importantes no condicionamento de quem os pratica, provocam algumas sensações semelhantes às da síndrome do pânico, como a taquicardia, suores e falta de força nas pernas. Experimentar essas sensações num contexto agradável — e não de ansiedade — auxilia no processo de recuperação. Assim, se não houver contra-indicações, exercícios físicos mais vigorosos representam uma forma de terapia.

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