O aneurisma da aorta abdominal é uma das principais causas de morte nas sociedades ocidentais.

É uma doença grave, silenciosa e uma das causas de morte súbita. 

O aneurisma da aorta abdominal é uma dilatação localizada e permanente da aorta, com um diâmetro 50% superior ao normal, a maior artéria do organismo.

É o mais frequente dos aneurismas arteriais, sendo muitas vezes causa de morte súbita, como sucedeu em março de 2014 com o cardial D. José Policarpo, patriarca emérito de Lisboa. Estima-se que, na Europa, entre seis e oito por cento da população masculina com mais de 65 anos, como era o caso, sejam portadores de um aneurisma da aorta abdominal. Ser homem com mais de 65 anos, historial de tabagismo, colesterol elevado e hipertensão são alguns dos fatores de risco associados à patologia.

A aneurisma da aorta abdominal é uma doença grave, progressiva e assintomática que tem sido uma das causas de morte mais significativa nas sociedades ocidentais. Caso o médico considere a existência de risco de rutura do aneurisma, o tratamento é sempre cirúrgico. Existem duas opções de tratamento disponíveis, dependendo do diagnóstico do médico: cirurgia aberta ou colocação de uma prótese endovascular (stent).

No caso da cirurgia aberta, o cirurgião acede ao aneurisma através de uma incisão no abdómen. A parte aneurismática da artéria é substituída por uma prótese sintética. O procedimento cirúrgico é realizado sob anestesia geral e demora entre três a quatro horas. Normalmente, os doentes precisam de cuidados intensivos no pós-operatório imediato e têm de permanecer no hospital durante pelo menos uma semana e o período de total recuperação é entre um a três meses.

A colocação de uma prótese endovascular é um procedimento minimamente invasivo, em que o stent, uma prótese tubular ramificada suportada por um esqueleto metálico, é colocado dentro do vaso doente (aneurismático) através de uma pequena incisão na área superior da coxa. A prótese endovascular (stent) exclui o aneurisma e reforça a parede enfraquecida da aorta, reduzindo o risco de rutura através do alívio da pressão e providenciando um novo trajeto para o fluxo sanguíneo.

O procedimento demora, normalmente, cerca de uma a duas horas. A permanência no hospital reduz-se a um período de dois a quatro dias e a permanência na unidade de cuidados intensivos geralmente não é necessária. Ambos os tratamentos apresentam benefícios e riscos, e deverá ser o doente, juntamente com o médico, a discutir qual a melhor opção terapêutica.

«Para mais informações, consulte o website da campanha disponível em www.aortaevida.com», recomenda João Albuquerque e Castro, coordenador nacional da campanha «Aorta é Vida!», uma iniciativa que pretende alertar para a problemática desta patologia. De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde, um pouco por todo o mundo, morrem, por ano, cerca de 12 milhões de pessoas vítimas de problemas cardíacos.