A mortalidade por cancro da mama tem vindo a baixar de forma contínua, devido ao rastreio que permite o diagnóstico de carcinomas em estádios precoces. Cerca de 85% das mulheres com carcinoma da mama estão saudáveis cinco anos após terem enfrentado a neoplasia.

As células da glândula mamária são responsáveis pela constituição do tecido mamário. Reproduzem-se e originam novas células, o que se designa por regeneração celular.

Quando as células perdem este mecanismo de controlo e sofrem alterações no seu ADN, tornam-se células cancerígenas e produzem descontroladamente novas células, não necessárias, resultando na formação de um tumor.

A tipologia de cancro da mama mais frequente é o carcinoma que tem origem nas células epiteliais e pode ser classificado como Carcinoma Ductal, com origem nas células dos ductos ou Carcinoma Lobular com origem nas células dos lóbulos.

No despiste do Carcinoma da Mama os principais exames são a Mamografia, Ecografia, Ressonância Magnética e a Biópsia. O autoexame, realizado pela própria mulher, é muito importante na deteção do cancro, permitindo um diagnóstico precoce e consequentemente uma maior probabilidade de cura, evitando que o tumor metastize e se dissemine a outras partes do corpo.

O marcador tumoral CA 15-3

O marcador tumoral CA 15-3 é utilizado no acompanhamento e monitorização de pacientes com cancro da mama. O "alvo" detetado nos ensaios de CA 15-3 é uma glicoproteína, produto do gene MUC1. Pode ser encontrada na maioria das células epiteliais glandulares e no soro, estando elevada em muitas neoplasias, incluindo adenocarcinomas e carcinomas escamosos.

Concentrações séricas elevadas de CA 15-3 podem ser encontradas em cerca de 23% dos pacientes com carcinoma primário da mama e em cerca de 40 a 50% dos pacientes com metástases. Apenas 23% dos pacientes com doença precoce apresentam valores elevados de CA 15-3 e cerca de 16% com doença benigna da mama apresentam valores alterados.

Os valores do CA 15-3 apresentam uma correlação direta com a extensão e o estádio do carcinoma. Um aumento de 25% dos níveis séricos de CA 15-3 revela progressão do carcinoma em 95% dos pacientes. Uma redução de 25% está geralmente associada à resposta positiva ao tratamento.

Valores elevados de CA 15-3 são igualmente encontrados em outras patologias malignas do pâncreas, pulmão, ovário e fígado. Pacientes com tumores benignos como hepatites crónicas e cirrose hepática podem apresentar concentrações séricas de CA 15-3 acima de 40 U/mL.

Por Germano de Sousa, Médico Especialista em Patologia Clínica

Germano de Sousa, Médico Especialista em Patologia Clínica