Ana Maria Silva nunca tinha tempo para ir ao médico solicitar o agendamento de uma mamografia. Mãe e empresária, tinha sempre muito que fazer e nem os antecedentes familiares a levaram a consciencializar-se para os riscos acrescidos que os seus 43 anos implicavam. Uma ferida num peito, que descurou durante quase três meses, acabou por levá-la a procurar ajuda de urgência. Era demasiado tarde. Quando a médica lhe confirmou que sofria de cancro da mama, passou a tarde a chorar. O diagnóstico poderia ter sido obtido mais cedo.

À semelhança de Ana Maria Silva, milhares de portugueses, homens e mulheres, nem sempre fazem os exames que deveriam fazer, sobretudo a partir de determinada idade. Se é o seu caso, saiba que existem, pelo menos, quatro receios completamente infundados:

1. Excesso de peso

Enfrente a realidade e o seu reflexo no espelho sem medos. Meça o seu corpo e faça registos mensais, inscreva-se num ginásio e introduza pequenas mudanças alimentares semanais. Acredite que consegue mudar o seu peso e o seu corpo. Se com o passar do tempo a situação não se alterar, consulte um especialista.

2.VIH

O teste permite detectar a infeção entre duas a seis semanas após ter ocorrido. Em regra, aconselha-se a realização do teste cerca de um mês após o último contacto potencialmente infetante, com eventual repetição mais tarde. Atualmente, há testes que dão a resposta em cerca de 20 minutos disponíveis nos CAD, centros de aconselhamento e detecção precoce da infecção VIH.

3. Cancro da mama

Se tem mais de 40 anos, faça uma mamografia com regularidade, no máximo de dois em dois anos. Antes disso, só deve fazê-lo se tiver nódulos ou familiares com cancro da mama. Neste caso, deve começar a fazer mamografia dez anos antes da idade da familiar que teve cancro. Tal como sucede com outras patologias, a prevenção é mesmo o melhor remédio.

4. Cancro da próstata

É um dos exames de que os homens mais fogem. A avaliação periódica da próstata deve ser realizada uma vez por ano a partir dos 50 anos ou dos 45, caso haja familiares diretos que tenham sofrido de cancro da próstata.

Texto: Cláudia Pinto