Ainda existem algumas dúvidas científicas em relação à segurança dos alimentos geneticamente modificados. A própria União Europeia tem várias reservas e limitou a produção e venda dos mesmos em solo europeu.
Mas um estudo do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge e do Instituto de Tecnologia Química e Biológica, da Universidade Nova de Lisboa, publicado na revista Scientific Reports, do grupo Nature, mostra que o excesso de sal, um fator de stress para a planta, está a provocar mais modificações genéticas do que a própria engenharia genética.
"Os fatores ambientais por si só causam mais alterações do que quando se introduz uma modificação específica no ADN da planta, como é o caso dos transgénicos", resume a investigadora Rita Batista, primeira autora do estudo, citada pela revista Visão.
O estudo refere que sempre que há uma agressão ao vegetal, como excesso de luz ou água por exemplo, assim como poluição a mais ou calor a menos, as plantas produzem proteínas em quantidades diferentes, o que pode levá-las a alterarem-se.
Por outro lado, a investigadora alerta ainda para o ambiente de laboratório a que várias sementes estão sujeitas, o que por si só pode provocar alterações na sua estrutura orgânica. "Comemos diariamente plantas sujeitas a stress ambiental, sem qualquer preocupação", diz a investigadora citada pela referida revista.
"Quando o assunto são os transgénicos, há muito preconceito, muita falta de informação. As decisões são tomadas com base em interesses políticos e económicos", comenta.
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