Apesar das polémicas em torno da vacinação, a sua eficácia não deixa margem para dúvidas. «Milhões de vidas já foram salvas pelas vacinas», assegura Luís Varandas, médico pediatra no Hospital Dona Estefânia e professor na Nova Medical School da Faculdade de Ciências Médicas e no Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa. O jornal francês Le Monde analisou o impacto da vacinação nas últimas décadas.

Nas 11 patologias analisadas, a taxa de incidência diminuiu consideravelmente. No caso da difteria, a queda foi de 99,9% em 70 anos. No tétano, desde 1946, o número de casos caiu 97%. A poliomielite, que registava mais de 4.100 casos em 1958, desceu para níveis próximos do zero em 60 anos. A rubéola caiu 99,8% desde 1985. A hepatite B regrediu 90% num período de 13 anos.

«A não vacinação tem consequências na saúde da criança e da sociedade, incluindo o risco de morte», comenta Luís Varandas. «As vacinas têm efeitos colaterais, alguns deles incómodos, mas os seus benefícios superam largamente os riscos», sublinha o especialista. «Nenhuma das doenças abrangidas pelo Plano Nacional de Vacinação se encontra erradicada e é possível contraí-las em simples atividades do dia a dia», alerta ainda.

Texto: Vanda Oliveira e Luis Batista Gonçalves