Maria Eugénia Saraiva comentava, em declarações à agência Lusa, a informação publicada hoje no Diário de Notícias, de que a generalização do teste faz parte da nova norma para o diagnóstico e rastreio da doença, que já foi concluída pela Direção-Geral da Saúde (DGS) e que será publicada em breve.
“Os testes são uma mais-valia para todos (…) desde que não seja obrigatório, isto porque a obrigação implica também uma preocupação para todos nós quando se trata de uma situação que leva à discriminação e ao estigma”, salientou.
No entender de Maria Eugénia Saraiva, o importante é a população fazer testes o mais cedo possível.
“Quanto mais cedo fizermos o teste mais cedo e mais facilmente saberemos o estado serológico e o tratamento será mais efetivo. O que se está a passar agora é que muitas pessoas chegam ao hospital já tarde, com infeção e depois o tratamento não é o mais eficaz, já é tarde”, disse.
O doente será sempre informado de que lhe vai ser pedida a análise e pode sempre recusar. Até aqui o doente tinha de autorizar por escrito ou oralmente que a queria fazer, refere o jornal, citando a DGS.
“É importante fazer o teste. O importante é sabermos se estamos infetados, se estamos a infetar o outro. Esta tem sido a estratégia da Liga e por isso adotámos desde 2012 a unidade móvel de rastreios que tem vindo a fazer testes, não só aos VIH, mas também às hepatites víricas e doenças sexualmente transmissíveis junto de populações mais vulneráveis em Lisboa, Loures e Odivelas”, disse a presidente da Liga.
Maria Eugénia Saraiva contou que tem havido uma grande adesão e procura do teste na carrinha, que tenta abranger toda a população.
“Ainda há muito a fazer é um caminho longo a percorrer. É importante perceber e nunca é demais repetir que esta doença pode atingir tudo e todos e que temos de prevenir, de perceber o nosso estado de saúde. Temos de passar a mensagem aos nossos jovens de que não existe vacina, não existe cura, só tratamento”, concluiu.
O Dia Mundial da Luta Contra a Sida assinala-se hoje com várias iniciativas, pelo país, para lembrar uma doença que, desde 1985, afetou mais de 47 mil pessoas em Portugal.
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